Grupos de franco-atiradores atacaram fuzileiros navais norte-americanos e tropas afegãs na cidade de Marjah, controlada pelo Taleban, enquanto várias outras batalhas ocorriam ontem, o terceiro dia de uma grande ofensiva para tomar o controle do local. Muitos confrontos aconteceram em diferentes vizinhanças enquanto forças norte-americanas e afegãs tentavam destruir pequenos grupos de insurgentes e avançavam vagarosamente para trechos da cidade tomados pelos militantes. Com tiros surgindo de várias direções durante todo o dia, as tropas conseguiram avançar apenas 500 metros enquanto lutavam contra pequenos grupos de franco-atiradores talebans .
"Ainda há um bom pedaço de terra que precisa ser limpo", disse o capitão Abraham Sipe, porta-voz dos fuzileiros navais. "Estamos nos movimentando em um ritmo bastante moderado."A grande ofensiva na área de Marjah a maior fortaleza Taleban e um importante ponto de distribuição de ópio envolve cerca de 15 mil soldados norte-americanos, afegãos e britânicos e é a maior operação conjunta desde a invasão de 2001 no Afeganistão.
Ontem, o Exército afegão deu uma visão mais otimista do progresso conquistado. O general Sher Mohammad Zazai afirmou que as forças afegãs e da Otan conseguiram conter os insurgentes e conquistaram a confiança dos moradores, que indicaram locais onde minas estavam enterradas.
"Hoje, não houve movimentos importantes do inimigo. No sul de Marjah eles estão muito fracos. Tem havido pouca resistência. Em breve teremos Marjah livre dos inimigos", disse Zazai em Lashkar Gah, a capital da província de Helmand. Ele disse também que apenas três soldados afegãos ficaram feridos.
O ministro do Interior, Hanif Atmar, disse que acredita que alguns combatentes insurgentes tenham deixado a área antes da ofensiva, provavelmente na direção da fronteira com o Paquistão.
O inimigo "teve bastante tempo para partir. Nossa intenção era conhecida tanto do povo quando o inimigo", disse. Porém, a missão enfrentou um retrocesso no domingo, quando dois foguetes norte-americanos caíram sobre uma casa nas proximidades de Marjah, matando 12 civis. A Otan disse ontem que os foguetes erraram o alvo em cerca de 600 metros. Inicialmente, a Otan havia afirmado que o erro havia sido de 300 metros. Seis crianças estavam entre os mortos, disse um militar da Otan, em condição de anonimato.
O comandante das Forças Armadas Britânicas, Sir Jock Stirrup, disse que o erro foi "um retrocesso muito sério" nos esforços de conquistar o apoio das comunidades locais.
O presidente afegão Hamid Karzai, que pedira às forças da Otan e afegãs que fossem cautelosas com os civis antes da ofensiva, pediu uma ampla investigação sobre o ataque aéreo.
A Otan informou ontem a morte de mais civis, após um ataque aéreo na província vizinha de Kandahar, onde cinco pessoas que cavavam ao longo de uma estrada foram mortas no distrito de Zhari. Uma patrulha conjunta da Otan e de tropas afegãs erroneamente pensaram que as pessoas estavam plantando um artefato explosivo, segundo um comunicado. Dois civis ficaram feridos após o ataque. No sul do país, a Otan anunciou que dois militares morreram no domingo, um por ferimentos provocados por armas de pequeno porte e outro após a explosão de uma bomba colocada à beira de uma estrada. Os dois eram britânicos, segundo a Grã-Bretanha.
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