Milhares de civis paquistaneses fugiram nesta terça-feira (5) das localidades de Makan, Qamber e Rahimabad, no Vale do Swat, depois que o governo alertou para o perigo de novos combates entre insurgentes taleban e militares do Exército paquistanês, apoiados por paramilitares da etnia pashtun.
"Foi pedido aos moradores que deixassem essas áreas, consideradas um reduto da insurgência taleban", disse Zahid Bunairi, porta-voz do governo da província de Fronteira Noroeste, que inclui o Vale do Swat.
Horas depois, o governo suspendeu o alerta, mas já era tarde para conter a fuga em massa dos civis que tentavam deixar os arredores de Mingora, capital do distrito de Swat, na direção das outras cidades da região.
O governo estima que até 1 milhão de habitantes fuja nos próximos dias do choque entre as forças do governo e militantes taleban, que tentam ampliar o controle sobre o Vale do Swat.
A possibilidade de uma crise humanitária levou a administração do distrito a preparar acampamentos de emergência para receber o crescente fluxo de refugiados internos, informou uma emissora de televisão local.
Nesta terça, moradores disseram que militantes taleban haviam cercado uma base da força paramilitar que apoia o governo em Mingora.
Os rebeldes também teriam assumido o controle de uma central elétrica e de outros edifícios, além de bloquearem as ruas da capital do distrito com homens armados.
A violência nas áreas tribais da fronteira com o Afeganistão aumentou depois que o governo decidiu endurecer a relação com o Taleban.
Até fevereiro, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, vinha apostando numa política de concessões aos rebeldes, o que permitiu ao Taleban impor aos moradores do Swat a lei islâmica (Sharia) e expandir sua presença para o distrito vizinho, Buner, situado a apenas cem quilômetros da capital, Islamabad.
Diante da pressão do Ocidente - especialmente dos governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha - o presidente paquistanês ordenou o envio de tropas e lançou uma ofensiva aérea contra os rebeldes.
Um dos temores dos americanos é que o avanço taleban acabe dando aos insurgentes acesso às instalações nucleares do Paquistão, único país islâmico com armamento atômico. As informações são da Associated Press.
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