Avião cai na parte peruana da Floresta Amazônica

Um avião da companhia aérea estatal Tans do Peru, no qual viajavam 92 passageiros, caiu nesta terça-feira na parte peruana da Floresta Amazônica ao tentar fazer um pouso de emergência, informaram fontes da Administração do Aeroporto da cidade de Pucallpa. Pelo menos 41 pessoas morreram no acidente.

A polícia informou que até o momento há 41 corpos recuperados dos destroços da aeronave e que o número de mortos pode aumentar, enquanto o porta-voz da empresa, Jorge Belevan, disse que há 57 sobreviventes entre os 92 passageiros e oito tripulantes que estavam a bordo do avião.

O tenente da polícia David Mori disse que a recuperação dos corpos das vítimas foi suspensa na noite de terça-feira devido às características da zona do acidente, que é pantanosa. As operações de buscas vão recomeçar na manhã desta quarta-feira. Ele acrescentou que os sobreviventes apresentaram queimaduras e fraturas.

O avião, que se partiu em dois pedaços após cair devido ao mau tempo, tinha saído de Lima com destino a Iquitos, com escala em Pucallpa, onde caiu após tentar uma aterrissagem forçada sobre a Estrada Frederico Basadre, a dois quilômetros do aeroporto.

Um forte vento, segundo testemunhas, fez com que o piloto perdesse o controle da aeronave. Ele então dirigiu o avião para uma zona pantanosa e de pequenas árvores que amortizariam a queda. "O avião estava prestes a pousar em Pucallpa, quando foi pego por um vento cruzado", disse o porta-voz.

Belevan confirmou nesta terça-feira que eram 16 os estrangeiros que viajavam no avião. Os turistas estrangeiros que iriam para Iquitos são 11 americanos, duas italianas, uma colombiana, uma espanhola e um australiano.

O porta-voz disse que seis dos americanos se salvaram, assim como as duas mulheres italianas, enquanto não se tem notícias do paradeiro dos demais turistas. O passageiro William Zea, sobrevivente do desastre, explicou a um repórter da rádio que só sofreu uma ferida na mão. "Mas não tenho idéia de quantos feridos e mortos existem", acrescentou.

Outro sobrevivente, Tomás Ruiz, contou que os poucos que se salvaram estão imobilizados, sofreram queimaduras e fraturas. O presidente peruano, Alejandro Toledo, disse em pronunciamento televisivo que entre 20 e 30 pessoas haviam sobrevivido e classificou o acidente de "trágico".

"A cena é realmente dantesca", disse o policial Arioso Obregon, sobre a aparente destruição do avião. Segundo uma testemunha, em declaração à rádio peruana, o avião ficou totalmente destruído. A Tans foi fundada em 1960 pela Força Aérea peruana para servir a comunidades remotas na selva. Começou a operar comercialmente em 1998 e conta com cerca de 30% do mercado local.