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Helicóptero carega corpos encontrados no local da queda do avião | Reuters
Helicóptero carega corpos encontrados no local da queda do avião| Foto: Reuters
  • Equipes de resgate e voluntários vasculham área de acidente aéreo no Paquistão
  • Resgatista caminha em meio aos destroços do avião
  • Todos as 152 pessoas a bordo morreram em queda de avião no Paquistão
  • Turbina do Airbus 321 aparece destruída no local da queda do avião

Um avião de passageiros paquistanês caiu em meio à forte chuva perto de Islamabad na quarta-feira, matando todas as 152 pessoas a bordo, informaram autoridades, no pior acidente da aviação do Paquistão.

O ministro da Informação, Qamar Zaman Kaira, afirmou que o mau tempo e o terreno acidentado dificultaram as buscas e os trabalhos de resgate, e que 115 corpos haviam sido resgatados.

"Infelizmente, ninguém sobreviveu", disse o ministro, visivelmente exausto, em entrevista coletiva.

Para a identificação das vítimas seriam usados testes de DNA, afirmou ele, que pediu paciência aos familiares.

"Muitos corpos não estão num bom estado", afirmou Kaira. "Até agora doze corpos foram identificados, mas "o acidente foi muito terrível. Houve fogo. É difícil reconhecer os corpos."

O Airbus 321, pertencente a uma companhia aérea privada, caiu numa área montanhosa e de difícil acesso, enquanto voava a partir da cidade portuária de Karachi, no sul do país.

"Você vê muito poucos corpos intactos. Basicamente, estamos coletando partes de corpos e colocando-os em sacolas", disse o oficial de polícia Bin Yameen mais cedo.

Entre as vítimas, há dois norte-americanos, disse um porta-voz da embaixada dos EUA à Reuters. Ele não tinha mais detalhes.

Funcionários do resgate afirmaram que tiveram de cavar em meio aos destroços com as próprias mãos, com o fogo e a densa fumaça atrapalhando o trabalho. O fogo foi apagado relativamente rápido, mas o acesso à área montanhosa permanecia limitado a pedestres e a helicópteros.

Kaira afirmou que a caixa-preta do avião ainda tinha de ser resgatada.

O avião perdeu o contato com a sala de controle do Aeroporto Internacional de Islamabad à 1h43 no horário de Brasília. Ele levava 146 passageiros e seis tripulantes.

"O piloto recebeu as direções para aterrissar tanto na pista I ou II", disse o ministro do Interior, Rehman Malik, a jornalistas. "O avião estava a 2.600 pés (792 metros) antes de aterrissar, mas de repente foi a 3 mil, o que foi inexplicável."

"Se a visibilidade da pista era tão ruim, ele deveria ter desviado."

O ministro da Defesa, Ahmed Mukhatar, afirmou que a torre de controle do aeroporto foi selada e que uma equipe examinaria o registro de dados e a comunicação entre o avião e a torre.

"Se você olhar a partir da posição dos destroços, está claro que o avião foi além das margens de segurança. Ele deveria ter manobrado dentro de cinco milhas da pista, mas isso não aconteceu", disse Ejaz Haroon, diretor gerente da companhia aérea estatal PIA.

O local do acidente fica nas Colinas Margalla diante de Islamabad, cerca de 300 metros acima da lateral das colinas. Era possível ver fumaça a partir de alguns distritos da cidade depois do acidente.

PIOR ACIDENTE

Embora a tragédia de quarta-feira seja o pior acidente da aviação em solo paquistanês, a PIA já registrou dois desastres maiores. Em 1979 e em 1992, jatos da PIA caíram em Jeddah, na Arábia Saudita, e em Kathmandu, matando 157 e 167 pessoas, respectivamente.

Dentro do Paquistão, o último grande acidente da aviação ocorrera em 2006, quando um avião da PIA caiu perto da cidade de Multan, matando 45 pessoas.

Os militares enviaram três helicópteros ao local, assim como soldados. O primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani supervisionou operações de resgate a partir do ar e o governo declarou na quinta-feira um dia de luto pelas vítimas.

A AirBlue começou a operar em 2004 com uma frota de aeronaves Airbus A320 e A321, de acordo com o seu site, www.airblue.com. Ela faz principalmente rotas domésticas e voos para os Emirados Árabes Unidos e Manchester, na Grã-Bretanha.

O porta-voz Raheel Ahmed afirmou que este foi o primeiro acidente da companhia e que uma investigação havia sido aberta.

"É muito cedo para especular", disse ele sobre a causa do acidente. "As autoridades da aviação civil também serão envolvidas."

Embora a densa neblina e o tempo chuvoso sejam considerados as razões mais prováveis para o acidente, o ministro da Informação não descartou a possibilidade de sabotagem e disse que todas as possibilidades seriam investigadas.

A Airbus confirmou que um de seus aviões estavam envolvidos no acidente da AirBlue.

"Lamentamos confirmar que houve um acidente com uma aeronave da Airbus e forneceremos mais informações quando tivermos mais dados confirmados disponíveis", disse o porta-voz da Airbus Stefan Schaffrath.

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