Equipes de resgate encontraram na quarta-feira numa selva montanhosa do Camboja os destroços de um avião com 22 pessoas, sendo 13 turistas coreanos e 3 checos. Não há sobreviventes.
"Pode-se ver pelas fotos do avião acidentado que seria impossível que alguém sobrevivesse", disse o primeiro-ministro Hun Sen, que supervisionou a operação de busca e resgate, em entrevista coletiva.
As equipes passaram dois dias enfrentando fortes chuvas e nuvens baixas na região de Phnom Damrei ("montes dos Elefantes"), 150 quilômetros a noroeste de Phnom Penh. Até agora, segundo Hun Sen, foram resgatados os corpos de três homens e quatro mulheres. Esses e os demais cadáveres devem ser levados para a capital, onde serão identificados e repatriados.
"Esta é uma operação de grande escala. Somos pobres de riqueza, não de coração", disse o premiê cambojano. "Nossas forças trabalharam noite e dia procurando o avião."
Os destroços do Antonov AN-24 foram achados por ocupantes de um helicóptero na manhã de quarta-feira (madrugada no Brasil). Segundo Keo Sivorn, chefe do departamento de segurança aérea, o aparelho estava "sentado na beira de um pico".
O acidente foi provocado por mau tempo, não por falha técnica, segundo Hun Sen, confirmando especulações de que o piloto russo do turboélice de 44 lugares desviou da rota para evitar uma tempestade das monções, o que lhe fez colidir com a montanha.
A caixa-preta (equipamento com dados do vôo) já foi achada e enviada a análise em Phnom Penh, segundo o piloto de um helicóptero que participa das buscas.
O avião, operado pela empresa local PMT Air, sumiu dos radares na segunda-feira, durante um vôo de Siem Reap, onde ficam as famosas ruínas de Angkor, antiga cidade-templo construída há mais de 800 anos, para o balneário de Sihanoukville.
Também a bordo estavam dois co-pilotos, um engenheiro de vôo e dois comissários, todos cambojanos.
Os vôos regulares de Siem Reap a Sihanoukville foram retomados em janeiro, após um longo hiato durante e depois da guerra civil neste miserável país do Sudeste Asiático.
A reabertura da rota foi considerada mais um sinal da acelerada recuperação da ex-colônia francesa, que ainda vive o trauma do regime genocida do ditador Pol Pot, do Khmer Vermelho, que matou grande parte da população entre 1975 e 79.
O Camboja atraiu mais de 1,7 milhão de turistas no ano passado, a maioria interessada em ver as ruínas de Angkor.Assine O Globo e receba todo o conteúdo do jornal na sua casa