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O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu numa queda de avião nesta quarta-feira (23), segundo informações da agência russa Tass. Um jato executivo da Embraer caiu na região russa de Tver, matando todos a bordo, segundo o Ministério de Emergências informou à agência.
“O avião da Embraer estava na rota entre Sheremetyevo e São Petersburgo. Havia três pilotos e sete passageiros a bordo. Todos morreram”, informou a fonte.
A Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya), que iniciou uma investigação sobre a queda do avião, informou que o nome de Prigozhin estava na lista de passageiros.
Uma conta de Telegram associada ao Grupo Wagner informou que a queda do avião foi resultado de um ataque, mas não há nenhuma confirmação oficial da Rússia ou de outros países sobre isso.
Prigozhin, de 62 anos, nasceu em Leningrado (hoje São Petersburgo) e em 1981, quando tinha apenas 20 anos, foi condenado à prisão por roubo, fraude e envolvimento numa rede de prostituição de menores.
Ficou nove anos detido e quando foi liberado, abriu uma rede de lanchonetes de cachorros-quentes com o padrasto. O empreendimento deu certo e Prigozhin começou a ampliar seus investimentos: uma rede de mercados, cassinos, restaurantes e um serviço de catering.
Nestes dois últimos negócios, começaram no início dos anos 2000 as relações com o atual presidente russo, Vladimir Putin, que lhe renderam o apelido (dado pela imprensa americana) de “chef do Putin”: em seu restaurante flutuante, o líder russo passou a receber chefes de Estado como o então presidente francês Jacques Chirac e o americano George W. Bush.
Prigozhin obteve contratos para fornecer alimentação para escolas, repartições públicas e as forças armadas russas. Entretanto, suas relações com a gestão Putin foram muito além desses serviços.
O Grupo Wagner auxiliou os separatistas pró-Rússia do leste ucraniano a partir de 2014 e as forças do Kremlin na anexação da Crimeia, naquele ano, e fez o mesmo no conflito iniciado na Ucrânia no começo de 2022.
Entretanto, Prigozhin travou uma disputa pública com o comando militar russo, a quem acusou de incompetência e falta de apoio.
Em 24 de junho deste ano, os combatentes do Wagner entraram em território russo depois que o líder do grupo acusou a Rússia de ter atacado um acampamento da milícia. Entretanto, quando a marcha estava a cerca de 200 km de Moscou, o motim foi interrompido por meio de um acordo intermediado pelo ditador Alexander Lukashenko e Prigozhin aceitou se exilar em Belarus.
O Grupo Wagner também tem histórico de atuação em outros países, como Síria, Venezuela e Sudão, e nesta semana Prigozhin havia aparecido em um vídeo, sugerindo estar na África.
Prigozhin também estaria por trás da chamada Fábrica de Trolls de São Petersburgo, que promoveu invasões e ações de desestabilização na internet em todo o mundo.