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Avião militar da Rússia cai no Mar Negro e mata 92 pessoas

Equipe de resgate retira itens dos passageiros da aeronave que caiu no Mar Negro. | Stringers/AFP
Equipe de resgate retira itens dos passageiros da aeronave que caiu no Mar Negro. (Foto: Stringers/AFP)

Um avião militar russo caiu neste domingo (25) no Mar Negro, sem “sinais de sobreviventes” entre as 92 pessoas a bordo, incluindo cerca de 60 membros do coro do Exército Vermelho que iam celebrar o ano novo com as tropas russas na Síria.

Segundo o ministério da Defesa russo, o Tupolev Tu-154 sumiu dos radares logo após sua decolagem às 5h27 (00h27 no horário de Brasília) do aeroporto da cidade de Adler, ao Sul do balneário de Sochi, no Mar Negro. Ele voaria para a base aérea de Hmeimim, perto de Latakia, no Noroeste da Síria.

“A zona da catástrofe do Tu-154 foi determinada. Não há sinais de sobreviventes”, declarou o porta-voz do Exército russo, Igor Konanchenkov, durante uma coletiva de imprensa.

Ele indicou que destroços do avião foram encontrados a 1,5 quilômetro da costa, a cerca de 70 metros de profundidade, por quatro navios responsáveis pelas operações de busca, assistidos por quatro helicópteros, um avião e um drone.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a formação de uma comissão de investigação liderada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev para determinar as causas do incidente.

O chefe de Estado expressou “suas mais profundas condolências” aos parentes das vítimas e decretou um dia de luto nacional.

Segundo as autoridades russas responsáveis pelas investigações, a aeronave havia feito escala em Sochi para reabastecimento.

O avião levava 84 passageiros e oito tripulantes, de acordo com o ministério, que informou que equipes de resgate foram enviadas para a área para tentar localizar as demais vítimas.

A lista de passageiros publicada pelo ministério inclui 64 membros do Conjunto Alexandrov, conhecido durante suas viagens ao exterior como o coro do Exército Vermelho, oito militares, entre eles o diretor do Conjunto Valeri Khakhilov, oito tripulantes, nove jornalistas, dois funcionários civis e a diretora de uma organização de caridade respeitada na Rússia, Elizaveta Glinka.

Esta última, conhecida como “Doutora Liza”, levava medicamentos para o Hospital Universitário de Latakia, segundo o diretor do Conselho dos Direitos Humanos para o Kremlin, Mikhail Fedotov, em comunicado citado pela agência de notícias Interfax.

“Esperamos por um milagre até o fim”, disse ele, lembrando que era ela “amada por todos”.

Os canais de televisão Pervy Kanal, NTV e Zvezda indicaram ter cada um três funcionários a bordo do avião.

‘Carta de visita’“O Conjunto Alexandrov, era a carta de visita da Rússia”, lamentou o pianista russo Denis Matsouev, citado pela agência Ria-Novosti, evocando uma “terrível injustiça”.

A chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro turco Binali Yildirim, bem como o embaixador dos Estados Unidos em Moscou John Tefft, expressam suas condolências à Rússia.

Uma investigação criminal foi aberta para determinar se violações das regras de segurança da aviação provocaram o acidente, indicou o Comitê de Investigação da Rússia, órgão responsável pelas investigações mais importantes do país.

Os investigadores estão interrogando os técnicos que prepararam a aeronave para decolar, segundo a mesma fonte.

Nenhuma hipótese é privilegiada sobre o incidente com este avião, que opera há 33 anos. Segundo o ministério da Defesa, o avião tinha 6.689 horas de vo desde 1983.

O Ministério da Defesa também enviou uma comissão chefiada por um vice-ministro, Pavel Popov, de acordo com seu porta-voz.

Além disso, Putin pediu ao primeiro-ministro Medvedev para “formar e dirigir uma comissão do governo para investigar a queda do Tu-154”, indicou o Kremlin em um comunicado.

Vários Tu-154, uma aeronave de concepção soviética, sofreram acidentes no passado. Em abril de 2010, um dispositivo deste tipo transportando 96 pessoas, incluindo o presidente Lech Kaczynski e autoridades polonesas caiu ao tentar pousar perto de Smolensk (oeste da Rússia) e todos os seus ocupantes morreram.

A Rússia conduz desde setembro de 2015 uma campanha militar na Síria em apoio ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad, um aliado de longa data.

Cerca de 4.300 militares russos estão mobilizados na Síria, e a Rússia continua a reforçar a sua presença militar no país.

Na sexta-feira, Vladimir Putin ordenou a expansão de suas instalações portuárias de Tartus, no noroeste da Síria, que deverá tornar-se uma base naval russa permanente no país assolado por um conflito sangrento desde 2011.

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