O Boeing 777 da Asiana Airlines que se acidentou no sábado no aeroporto internacional de São Francisco, nos Estados Unidos, estava no momento da queda a uma velocidade 25% inferior à necessária para manter sua sustentação, disseram autoridades dos EUA na segunda-feira, num caso em que as atenções se voltam cada vez mais para as ações da tripulação.
Os quatro pilotos estavam sendo interrogados na segunda-feira por investigadores da Comissão Nacional de Segurança dos Transportes e por outros órgãos governamentais, disse Deborah Hersman, presidente da comissão, numa entrevista coletiva na segunda-feira em San Francisco.
Duas adolescentes chinesas morreram, e 180 outras pessoas ficaram feridas no acidente, ocorrido quando o avião se preparava para pousar.
Lee Kang-kuk, que controlava o aparelho, tinha apenas 43 horas de experiência com esse jato de longo alcance, e estava em fase de treinamento, segundo a Asiana. Seu supervisor fazia o primeiro voo como treinador.
Não ficou claro se o comandante do voo, Lee Jung-min, com 3.200 horas de experiência no 777, tentou assumir o controle para abortar o pouso.
Yoon Young-doo, presidente e executivo-chefe da Asiana, disse em entrevista coletiva na segunda-feira em Seul que o treinamento que Lee Kang-kuk fazia é "comum no setor aéreo global", e que "todas as responsabilidades recaem sobre o capitão instrutor".
A Comissão Nacional de Segurança dos Transportes disse no domingo que o avião estava "significativamente abaixo" da sua velocidade correta, e que a tripulação tentou abortar o pouso menos de dois segundos antes de o aparelho se chocar contra um quebra-mar na cabeceira da pista.
Na segunda-feira, Hersman apresentou novos detalhes, dizendo que no momento imediatamente anterior ao acidente o avião estava a 192 quilômetros por hora, quando o coreto seria 254.
Em velocidades muito baixas, os aviões podem sofrer "stall" (perda da sustentação aerodinâmica), e Hersman disse no domingo que um alerta de "stall" foi acionado quatro segundos antes da colisão com a pista.
Hersman evitou especular sobre as causas do acidente.
Lee, o piloto que estava no comando, tentava pela primeira vez pousar um 777 em San Francisco, embora já tivesse pousado lá 29 vezes com outros modelos de aviões, segundo Choi Seung-youn, funcionário do ministério sul-coreano dos Transportes. Ele disse que Lee acumula quase 10 mil horas de voo.