Cachoeira do Sul Um dinossauro de 228 milhões de anos, encontrado na cidade de Agudo, no Rio Grande do Sul, promete revolucionar história dos répteis gigantes. Ele remete a espécies que, até onde os cientistas sabem, só surgiram na Terra milhões de anos depois. Ou seja, trata-se do dinossauro mais antigo de que se tem notícia que, por enquanto, está sendo chamado de UlbraPVT016.
Segundo os autores da descoberta, pesquisadores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) de Cachoeira do Sul, a agilidade era a principal característica do dinossauro gaúcho, que tinha 12 quilos, 40 centímetros de altura e 1,50 metro de comprimento, do focinho à ponta do rabo. Seus ossos eram leves, longos e ocos, semelhante aos das aves e para se locomover ele usava as patas traseiras como apoio. "Era um corredor muito rápido, carnívoro. Por isso, no modelo, usamos cores fortes de corredores rápidos atuais, como o guepardo", explica o paleontólogo Sergio Cabreira, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), um dos autores da descoberta.Período
O animal teria vivido no período triássico, a aproximadamente 228 milhões de anos. Diferentemente de outros quatro exemplares encontrados no Brasil e na Argentina, que também seriam da mesma época, o UlbraPVT016 possuía a cintura pélvica semelhante a dos dinossauros que surgiram posteriormente.
Segundo os pesquisadores do Departamento de Paleontologia da Ulbra, o fóssil encontrado é o mais próximo ancestral dos dinossauros jurássicos que se tem conhecimento. "Encontramos o elo perdido da era dos dinossauros", comenta o coordenador do Departamento de Paleontologia, Sérgio Cabreira. Para o pesquisador, o achado vai reconstruir o modelo de evolução desses animais que é atualmente defendido pela comunidade científica mundial.
O UlbraPVT016 era um dinossauro carnívoro e viveu em bando nas planícies onde hoje se encontram os municípios da chamada Quarta Colônia Gaúcha, região central do estado). A presença de vértebras fusionadas daria maior estabilidade ao bípede, permitindo a sua evolução natural, ao contrário dos outros quatro exemplares da mesma época. O próximo passo será estudar ainda mais o material recolhido em Agudo e divulgá-lo na comunidade científica internacional.
A equipe envolvida na pesquisa contou com a participação de paleontólogos, geólogos, biólogos e designers gráficos. Os designers foram responsáveis pela concepção artística da imagem do dinossauro.