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Ciência

Azul é de menino; rosa, de menina

Londres – Azul para os meninos e... rosa para as meninas. Essa preferência das mulheres pela cor rosa é tão marcante que pode ter sido desenvolvida ao longo da evolução da espécie. É o que alegam cientistas que fizeram um estudo sobre a preferência de cores, publicado na última semana.

Ainda que pareçam banais as opiniões tidas como "de menininha", sobre decoração do lar e cobertura de bolo, as raízes dessa preferência residem na luta por alimento em tempos de caça coletiva, sugerem os pesquisadores. As mulheres pré-históricas, que se focavam na busca por frutas de cor vermelha, teriam sido equivalentes aos homens caçadores, afirmam as neurocientistas britânicas Anya Hurlbert e Yazhu Ling, da Universidade Newcastle, na Inglaterra, que acharam a preferência constante pela cor rosa em pesquisas com voluntárias.

Apesar do azul ser, de longe, a cor "simples" mais popular entre homens e mulheres, o estudo mostrou uma enorme diversidade de resultados por sexo quando testou reações à mistura de cores. "Nós esperávamos ver diferenças por sexo, mas ficamos surpresas ao ver que elas eram tão grandes" diz Hurlbert, professora de neurociência visual. "Elas parecem provar biologicamente, não apenas culturalmente, o velho dizer: rosa para meninas e azul para meninos".

Através do uso de reações rápidas a flash cards, a pesquisa, publicada na revista Current Biology, é a primeira a demonstrar que a preferência humana por cores pode ser divida em dois espectros: vermelho-verde e azul-amarelo. Enquanto os homens ficaram divididos em muitos tons entre os dois espectros, as mulheres optaram em peso pelos tons do eixo vermelho-verde. "Isso muda a preferência de cores delas do azul para o vermelho, que misturadas tendem a formar rosa – e alguns tons de lilás –, as cores preferidas da maioria das mulheres", diz a professora Hurlbert. "As diferenças são tão marcantes que pesquisadores experientes são capazes de prever o sexo do participante apenas ao analisar a cor favorita dele".

Participantes chineses também foram testados para se analisar uma possível diferença na preferência de cores devido à cultura, mas os resultados se encaixam com os outros. A teoria é encorajadora para as fãs da Barbie, que viram sua boneca sendo atacada por suas roupas e objetos rosa "antifeministas". Diante do estudo, acredita-se que a opção feminina pode ser a última variante dos métodos de sobrevivência, mais bem adaptados, usados pelas mulheres das cavernas para procurar frutas. "É apenas especulação, mas as mulheres foram as primeiras caçadoras e teriam certamente tirado proveito de sua habilidade de levar frutas vermelhas e maduras para casa", completa Hurlbert.

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