O ditador haitiano deposto Jean-Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc, negou ter qualquer intenção de se envolver no atual processo eleitoral do país. Anteriormente, auxiliares haviam afirmado que ele planejava voltar ao poder.

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Em comunicado lido na quinta-feira por sua companheira, Veronique Roy, Baby Doc nega declarações políticas anteriores. O texto, porém, não descarta um possível papel político para o ex-líder, que retornou ao país no domingo após 25 anos de exílio. "Eu nego, com os termos mais fortes possíveis, qualquer declaração política divulga pela imprensa nacional e internacional que possa ter sido atribuída a mim por alguém se dizendo meu porta-voz e que possa ter aludido a cenários relacionados ao processo eleitoral do Haiti", diz ele no comunicado.

Anteriormente, Henry Robert Sterlin, um assessor de Baby Doc e ex-embaixador do Haiti na França, havia dito que o ditador tinha voltado ao país para ser eleito o próximo presidente. Sterlin afirmou que as recentes eleições deveriam ser anuladas e novas eleições deveriam ser convocadas, para que o ex-ditador pudesse concorrer.

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Duvalier assumiu o poder aos 19 anos e comandou o país até ser deposto, em 1986. Apesar de seu regime repressivo, ele ainda tem algum apoio. A oposição teme que ele possa se aproveitar do instável cenário atual. Na quarta, observadores internacionais disseram que as eleições de novembro para substituir o presidente René Préval foram marcadas por fraudes e irregularidades. Eles pediram que os resultados fossem revisados.

Informações iniciais divulgadas no mês passado por funcionários haitianos deram 31% dos votos para a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, e Jude Celestin em segundo, com 22%. O popular cantor Michel Martelly ficou em terceiro, com 21%. Mas monitores da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmaram que, se os votos com problemas forem ignorados, Martelly ficará em segundo e Celestin, em terceiro. Assim, o candidato de Préval estaria fora da disputa. As informações são da Dow Jones.

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