Santiago (AFP) A líder socialista Michelle Bachelet assume amanhã a Presidência do Chile como a primeira mulher a comandar o país. Ela vai liderar o quarto governo da Concertación Democrática, coalizão de centro-esquerda há 16 anos no poder. Apesar da continuidade, o clima é de euforia.
Ricardo Lagos, de 68 anos, conclui seu mandato de seis anos com um apoio sem precedentes e um cenário econômico positivo. Sua popularidade está acima de 70%. Lagos entregará uma economia com um crescimento que teria alcançado 6,3% em 2005.
Na presença de 32 chefes de Estado e delegações de 120 países, a pediatra de 54 anos, que também foi prisioneira da ditadura, tomará posse na sede do Parlamento, em Valparaíso, a 110 quilômetros de Santiago.
Os olhos dos partidários de Michelle e da direita opositora estarão voltados para as 36 medidas que ela anunciou para os primeiros cem dias de governo. Entre seus objetivos imediatos estão a redução do desemprego (em 8%), o aumento da segurança e a reforma do sistema de proteção social.
A longo prazo, o novo governo buscará eliminar o abismo entre ricos e pobres, sustenta Bachelet. O Chile está entre os países com maior desigualdade social, apesar do crescimento de sua economia e dos tratados de livre comércio que mantém com Europa, Estados Unidos, Coréia do Sul, China e outros mercados.
A presidente eleita promete que o Chile será o primeiro país a ter o mesmo número de homens e mulheres entre os altos funcionários do Estado. "Isso não tem volta. Vou me assegurar de que no meu governo isso fique bem claro."
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