A presidente do Chile, Michelle Bachelet, se reuniu nesta segunda-feira (18) com seu sucessor, o oposicionista Miguel Sebastián Piñeira, de centro-direita eleito no domingo (17) em um dos pleitos mais apertados do país. Encerradas as apurações, Piñeira obteve 51,6% contra 48,3% do candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz, de centro-esquerda. Bachelet e Piñeira se comprometeram a trabalhar em parceria para a transição de poder.
Segundo Piñeira, o compromisso é com o futuro do Chile e, apesar de a eleição ter sido apertada, ele presidirá para todos e não apenas para seus eleitores. Para o presidente eleito, o caminho é o do diálogo e da unidade. No domingo, logo após a apuração de 60% das zonas eleitorais, Frei reconheceu a derrota e desejou sorte ao adversário.
"Vamos trabalhar para criar oportunidades de recuperar a capacidade de geração de empregos e combater a delinquência e violência. Também vamos trabalhar para melhorar a saúde e a educação", disse Miguel Piñeira. Ele terá de garantir ainda os avanços sociais já executados, como as conquistas de direitos previdenciários e trabalhistas.
Depois de 20 anos da redemocratização, a esquerda chilena foi derrotada pela direita. As últimas eleições em que a direita obteve a vitória por meio do voto foram há 52 anos. Na ocasião, o ex-presidente Jorge Alessandri, da direita, venceu o socialista Salvador Allende.
Com isso, o país amanheceu hoje discutindo as mudanças que devem ocorrer na coligação de centro-esquerda Concertación. Bachelet já avisou que vai concorrer às eleições em 2014 quando pretende voltar ao governo. Porém, analistas políticos afirmam que será necessário a coligação rever posições para atender às demandas da população.
Outra discussão é sobre quem Piñeira escolherá para assessorá-lo. Há indicações de que ele aproveitará parte de sua equipe na formação do futuro ministério. O presidente eleito assume em 11 de março.
A vitória de Piñeira levou a uma polarização entre a direita e a esquerda no Chile. Foi a eleição mais concorrida no país. Cada voto foi disputado. A última eleição tão apertada foi a do ex-presidente Ricardo Lagos (esquerda) e Joaquín Lavín (direita), em 2000. Mas na época Lagos foi vitorioso.
As eleições realizadas ontem no Chile registraram elevado número de abstenções. Dos 8.285.186 chilenos aptos a votar, somente 4.111.567 foram às urnas. Mas houve um baixo número de votos nulos e brancos - 2,5% de nulos e apenas 0,74% de brancos.
Depois de uma noite de festa na principal avenida de Santiago, a Plaza Itália, os eleitores de Piñeira começaram a semana sem demonstrações explícitas de felicidade. Porém, o edifício no qual o presidente eleito mantém seus escritórios amanheceu com uma bandeira imensa do Chile exposta do lado de fora.
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