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Clara Aguilera, ministra regional da Agricultura, defende os pepinos espanhóis | Francisco Bonilla/Reuters
Clara Aguilera, ministra regional da Agricultura, defende os pepinos espanhóis| Foto: Francisco Bonilla/Reuters

Espanha pede uma resposta da Europa

A Espanha decidiu ontem, por meio da ministra da Agricultura, Rosa Aguilar, pedir "uma resposta" da União Europeia pelos danos provocados pela suspeita lançada sobre os pepinos espanhóis.

"Isso está prejudicando a imagem da Espanha, está prejudicando o produtor espanhol e o governo não está disposto a permitir essa situação", declarou a ministra em uma entrevista coletiva à im­­prensa.

Várias análises estão em andamento na Espanha e os resultados devem ser divulgados amanhã. Enquanto isso, a Bélgica proibiu a importação de pepinos espanhóis e a Rússia fez o mesmo com as verduras espanholas e alemãs, ameaçando estender a medida para to­­da a União Europeia.

Desconhecida

Autoridades alemãs disseram que a fonte da cepa virulenta da bactéria é desconhecida, mas uma reunião estava marcada para que representantes federais e estaduais discutissem a crise, em Berlim.

Há 36 casos suspeitos de estarem ligados ao E.coli na Suécia, disseram autoridades, todos relacionados a viagens ao norte alemão.

Um número pequeno de casos foi informado na Grã-Bretanha, Dinamarca, França e Holanda, to­­dos vinculados a estadas na Ale­­manha.

O contágio da E.coli se dá por meio da ingestão de alimentos contaminados, consumo de água contaminada e contato com um animal ou pessoa infectada.

Berlim - Uma bactéria que se propaga com o consumo de hortaliças cruas já matou 14 pessoas na Ale­­ma­­nha e deixou mais de 300 em estado grave. O número é extraoficial. As suspeitas recaem sobre os pepinos procedentes da Espanha, mas o país nega ser a origem do foco. As mortes estão relacionadas a he­­morragias provocadas pela bactéria E.coli enterohemorrágica (Eceh).

O Instituto Rupert Kock (RKI), encarregado do controle sanitário e do combate a doenças na Ale­­ma­­nha, reconhece até o momento três mortes diretamente atribuídas à bactéria Escherichia coli (E. coli), outras sete estão sendo analisadas.

O diretor do instituto, Reinhard Burger, disse haver 352 pacientes infectados que apresentam problemas renais severos, conhecidos como Síndrome Hemolítico-Urê­­mica (SHU), potencialmente mortal. "O número real é provavelmen­­te muito maior", disse.

A SHU afeta o sangue, os rins e, em casos graves, o sistema nervoso. Ela é bastante perigosa para crianças e idosos. Cerca de 60 casos de SHU por ano são informados na Alemanha, de acordo com dados do governo.

A maior

A contaminação pela Eceh é a maior já registrada na história da Alemanha e uma das mais graves no mundo. Ela ainda não mostrou toda a sua força. Por causa do intervalo de tempo existente en­­tre a incubação e a manifestação, estima-se que vários outros casos surjam nos próximos dias.

Enquanto as autoridades sanitárias espanholas buscam a origem do foco de E.coli, os efeitos da bactéria foram sentidos no setor agrícola espanhol após as primeiras declarações incriminando os pepinos cultivados na Andaluzia, no sul do país. Outra hipótese ainda não descartada é de que a contaminação tenha ocorrido du­­rante o processo de distribuição.

"Esperamos que o número de casos diminua, mas tememos que a situação se agrave", disse Oliver Grieve, porta-voz do Centro Mé­­dico da Universidade Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha, onde estão sendo tratados muitos dos doentes.

Prevenção

Existem precauções que se pode tomar para evitar a contaminação pela bactéria, como lavar as superfícies de trabalho, higienizar as mãos depois de manusear carnes e verduras cruas, evitar o consumo de tomates, pepinos e alfaces crus, comer carne de gado bem passada e ferver o leite.

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