Bagdá (AFP/Folhapress) As autoridades iraquianas suspenderam ontem o toque de recolher que estava em vigor em Bagdá devido à onda de violência sectária ocasionada pelo ataque à Mesquita Dourada, templo xiita de Samarra (125 quilômetros ao norte de Bagdá). No entanto, após o anúncio da medida, quatro pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas em um ataque com morteiros no distrito sunita de Shula, a oeste de Bagdá.
Enquanto o tráfego e o comércio voltam ao normal, muitos iraquianos, ainda assustados com a onda de violência, se refugiam em casas de parentes por se sentirem ameaçados nas regiões onde vivem, ou se isolam em suas próprias casas. O toque de recolher, decretado na sexta-feira, foi anunciado para conter os ataques que, segundo autoridades, causaram mais de 200 mortes em quatro dias.
Desde a última quarta-feira, muçulmanos xiitas e sunitas se enfrentaram nas ruas do Iraque, em atos de vingança após a destruição do xiita de Samarra.
O santuário Al Askari é um dos quatro maiores e mais importantes para os xiitas iraquianos, e tem significado especial porque 2 dos 12 imãs reverenciados como figuras predominantes para os xiitas estão enterrados no local: Ali al Hadi, que morreu em 868 d.C., e seu filho e 11º imã, Hassan al Askari.
Após a suspensão do toque de recolher, as autoridades ordenaram a presença de tanques nas ruas e o uso de armamento pesado para impedir que mais sangue seja derramado.
O embaixador dos Estados Unidos em Bagdá, Zalmay Khalilzad, declarou ontem que a situação melhorou no Iraque depois das tensões entre as comunidades muçulmanas nos últimos dias e indicou que a jornalista norte-americana Jill Carroll, seqüestrada em janeiro, estaria viva.
Deixe sua opinião