Às vésperas de completar 90 anos, o juiz John Paul Stevens, líder da ala mais à esquerda da Suprema Corte americana, apresentou o seu pedido de aposentadoria, ontem, em carta de um parágrafo ao presidente dos EUA, Barack Obama.
A saída de Stevens, que foi nomeado em 1975 pelo presidente Gerald Ford, é mais uma oportunidade para que Obama imprima a direção que gostaria de dar ao órgão. Em agosto passado, ele conseguiu a aprovação do Senado à nomeação da juíza Sonia Sotomayor, a primeira latina e terceira mulher a integrar a Corte.
Stevens, o mais antigo membro ativo na instituição, escreveu ao presidente que, "tendo concluído que seria do melhor interesse da Corte ter o meu sucessor nomeado e confirmado bem antes do início do próximo ano judiciário (em outubro), devo me aposentar das atividades regulares como juiz".
Obama, ao voltar de viagem a Praga, onde assinou novo tratado nuclear com a Rússia, afirmou que buscará nas próximas semanas um substituto para Stevens, a quem se referiu como "brilhante, isento e pragmático".
"Apesar de não podermos substituir a experiência e a sabedoria do juiz Stevens, procurarei alguém com qualidades semelhantes: uma mente independente, um histórico de excelência e integridade, uma dedicação feroz ao Estado de Direito e um entendimento afiado de como a lei afeta a vida diária do povo americano", disse o presidente americano.
A aposentadoria de Stevens era esperada pelo governo, e já há especulações sobre quem será o indicado a ocupar a sua vaga. Os principais nomes aventados até agora chegaram a ser cogitados para o lugar hoje ocupado por Sotomayor.
A lista inclui Elena Kagan, nomeada por Obama para representar o governo ante à Suprema Corte, os juízes Diane Wood e Merrick Garland e o advogado do Departamento de Estado Harold Koh.