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O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ergue o tom de voz nesta segunda-feira (17) contra o presidente sírio Bashar al Assad, aconselhando-o a deter as matanças no país.

"Há matanças contínuas de civis. Estas matanças devem parar imediatamente", declarou Ban Ki-moon em Berna. "Já disse a Assad: pare antes que seja tarde demais", acrescentou.

"É inaceitável que haja 3 mil mortos", insistiu, referindo-se às vítimas da violenta repressão do movimento contra o regime.

No domingo (16), a Liga Árabe também pediu ao governo sírio e à oposição para realizar uma "conferência de diálogo nacional" dentro de 15 dias para acabar com a violência e "evitar uma intervenção estrangeira".

A organização pan-árabe, que se reuniu em caráter extraordinário na capital egípcia, decidiu "lançar os contatos necessários com o governo sírio e o conjunto de facções da oposição para celebrar uma conferência de diálogo nacional global na sede da Liga Árabe e sob sua égide dentro de 15 dias", segundo um comunicado.

A Liga Árabe também decidiu formar uma comissão ministerial presidida pelo Qatar para "contatar os dirigentes sírios para por um fim a todos os atos de violência".

Por outro lado, no terreno, dez soldados e um oficial do Exército sírio morreram nesta segunda-feira em confrontos "provavelmente com desertores" no centro da Síria, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Nesta segunda-feira foram registrados combates do Exército e das forças de segurança com homens armados, que poderiam ser desertores, em um posto de controle de Sawameah, perto da cidade de Qusseir, na região de Homs, que provocaram a morte de onze soldados", afirma um comunicado do OSDH.

Vinte e uma pessoas também morreram em Homs, em uma operação conjunta de militares e forças se segurança nesta cidade do centro da Síria. Segundo o OSDH, entre as vítimas havia civis e membros da polícia.

No sábado (15), o presidente Al-Assad emitiu um decreto anunciando a formação de um comitê que elaborará em um prazo de quatro meses um projeto de nova Constituição para o país.

A elaboração de uma nova Constituição era uma das principais reivindicações da oposição quando foi iniciada uma rebelião em 15 de março contra Assad.

Este anúncio ocorreu um dia depois de novas manifestações contra o regime, das quais participaram milhares de sírios. Doze pessoas morreram nessas manifestações.

Desde o início do movimento contra o regime, em 15 de março, a repressão causou mais de 3 mil mortos entre os civis, segundo a ONU.

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