Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, conversou ontem com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota(de costas)| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Brasília - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki- moon, evitou expressar um apoio explícito ao desejo brasileiro de assumir um assento permanente no Conselho de Segurança das Na­­ções Unidas.

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Questionado sobre uma reforma da instituição, o sul-coreano defendeu uma reforma para tornar o grupo "mais representativo, com mais credibilidade e democracia", mas não defendeu diretamente o ingresso do Brasil no conselho.

"Há uma decisão dos Estados membros em alterar o Conselho de Segurança. Eu estou muito ciente das aspirações do governo brasileiro, há outros países também [interessados em ingressar no conselho]. Isso é algo para os Estados membros decidirem."

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Ban Ki-moon participou na manhã de ontem de uma reunião com o chanceler brasileiro, An­­tonio Patriota. Mais tarde, ele teria um encontro com a presidente Dilma Rousseff.

Essa é a terceira visita de Ban Ki-moon ao Brasil desde sua posse, em 2007. No início do mês, o sul-coreano anunciou que tentará a reeleição para o cargo máximo das Nações Unidas – seu man­­dato encerra no dia 31 de dezembro.

"Eu espero que os Estados membros considerem favoravelmente o meu humilde desejo de servir esta grande organização, para promover a paz, a segurança e o desenvolvimento, bem como a promoção dos direitos humanos", afirmou em coletiva de im­­prensa. Antes do Brasil, o secretário esteve na Colômbia, Argentina e Uruguai.

Síria

Ban Ki-moon afirmou mais uma vez estar preocupado com a situação na Síria, onde mais de mil pessoas foram mortas desde o início do ano, quando começaram os protestos contra o regime do ditador Bashar Assad.

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"Tenho fortemente pedido a ele que ouça os desejos e aspirações de seu povo. Eu novamente encorajei fortemente o presidente Assad e as suas autoridades para parar de matar as pessoas e envolvê-las em um diálogo inclusivo."

O chanceler brasileiro, Anto­­nio Patriota, afirmou que o secretário-geral reconheceu que o Con­­selho de Segurança está dividido em relação a uma resolução contra a repressão do governo da Síria a manifestações pró-democracia.