O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lamentou nesta quarta-feira (3) os últimos bombardeios na fronteira entre Turquia e Síria, que resultou em vários civis mortos, e pediu ao governo turco que mantivesse abertos todos os canais de comunicação com Damasco para diminuir as tensões.

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Ban manteve nesta quarta-feira uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, que lhe transmitiu sua "profunda preocupação" pelo incidente da queda de um obus lançado aparentemente da Síria em território turco, causando cinco mortes e deixando 13 feridos, informou o porta-voz de Ban, Martin Nesirky. O chefe da diplomacia turca também conversou hoje com o representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi. O encontro aconteceu depois de um anúncio do governo turco de que a queda do obus em seu território era "a gota d'água" e por isso tomaria medidas contra a Síria.

O presidente da Síria, Bashar al Assad, acusa a Turquia de apoiar abertamente os "terroristas" que lutam há quase dois anos contra as autoridades de Damasco. Os turcos receberam 93.576 refugiados sírios que deixaram seu país por conta do conflito, segundo dados das Nações Unidas.

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Por outro lado, o porta-voz de Ban disse hoje à imprensa na sede da ONU que os últimos ataques na cidade de Aleppo, onde morreram pelo menos 33 pessoas e dezenas ficaram feridas, são um "novo exemplo" da violência que obriga a comunidade internacional a agir de forma responsável para interromper o banho de sangue.

Dois carros-bomba foram detonados por supostos "terroristas suicidas" em uma praça central de Aleppo controlada por soldados governamentais. Os "terroristas" foram mortos pelas forças de segurança, segundo a agência de notícias oficial síria "Sana". "É preciso reduzir as tensões e o nível de violência para o sucesso nas negociações com a Síria", afirmou o porta-voz de Ban, que lamentou que ambas as partes continuem apostando na via militar, "acreditando de forma equivocada" no seu sucesso, ao invés de recorrerem ao diálogo.

Desde o final de julho, Aleppo - a cidade mais importante do norte da Síria - é cenário de enfrentamentos entre as tropas do regime de Assad e os rebeldes, que se intensificaram nos últimos dias. Neste fim de semana um incêndio no mercado histórico da cidade causou a destruição de 1.500 lojas.

O conflito já causou pelo menos 25 mil mortes; 2,5 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária e mais de 250 mil estão refugiadas em países vizinhos, de acordo com números das Nações Unidas.

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