O presidente do Chile, Gabriel Boric, fala em entrevista coletiva, durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles, Califórnia, EUA, 10 de junho de 2022.| Foto: EFE/EPA/CAROLINE BREHMAN
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A presidente do Banco Central do Chile, Rosanna Costa, advertiu nesta semana que o fenômeno inflacionário pelo qual o país está passando pode ser "mais persistente" do que o esperado, e que essa é a "principal preocupação" da entidade.

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"Nosso país enfrenta múltiplos e importantes desafios. Um dos mais relevantes do ponto de vista macroeconômico é reduzir a inflação, um problema que afeta todos nós fortemente", disse Costa ao Senado durante a apresentação do Relatório de Política Monetária (IPoM) de setembro.

O relatório previa que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fecharia em 12,1%, cerca de dois pontos percentuais acima do projetado em junho, devido à volatilidade dos preços e à desvalorização do peso chileno.

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"O risco de observar um fenômeno inflacionário muito mais persistente é uma preocupação do Conselho, pois pode levar a um maior aperto monetário, fora do limite superior do corredor" da Taxa de Política Monetária (MPR).

Neste contexto, ele enfatizou que esse risco é "particularmente relevante" em um cenário no qual a inflação subiu continuamente nos últimos trimestres e as estimativas de inflação permanecem acima de 3% no prazo de dois anos.

"À medida em que o fenômeno inflacionário se torna mais persistente, a estabilização dos preços se torna mais difícil e cara", disse.

As fracas perspectivas futuras para a economia chilena já haviam surgido na terça-feira (6), depois que o Conselho Econômico aumentou a taxa básica em 100 pontos base e a fixou em 10,75%.

A inflação projetada para 2023 é estimada em quase um ponto percentual a mais do que o previsto em junho, com uma média de 6,1%.

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"Prolongar a atual situação inflacionária seria altamente caro, porque à medida em que as famílias e as empresas começam a se acostumar e a antecipar taxas mais altas de aumento de preços em uma base permanente, os custos da redução da inflação - refletidos na capacidade de criar empregos, aumentar os salários e o bem-estar geral - aumentam substancialmente", afirmou.

"Trazer a inflação de volta a níveis que não afetam seriamente a população, especialmente a mais vulnerável, envolve necessariamente o restabelecimento dos equilíbrios macroeconômicos e, neste caso, o que é necessário é uma redução no nível de atividade e demanda", acrescentou.

Em termos de crescimento, o relatório estima que a economia crescerá entre 1,75% e 2,25% em 2022, com o consumo privado expandindo-se em 1,4%, após um aumento recorde de mais de 20% em 2021.

O investimento se contrairá em 3,3%, com declínios tanto em máquinas e equipamentos quanto em construção e obras.

Essa tendência de queda continuará em 2023, segundo o relatório, e será revertida em 2024, quando se espera um crescimento do PIB entre 2,25 % e 3,25 %.

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