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Banco Mundial necessita de líder com credibilidade, dizem economistas

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Assista à reportagem em vídeo (Foto: TV Globo)

Curitiba – Há uma certeza sobre o próximo presidente do Banco Mundial (Bird). Ele será norte-americano. Se não de fato, de espírito. Desde a criação do órgão, em 1944, na conferência de Bretton Woods, ficou acertado que os Estados Unidos indicariam o líder do banco e um europeu ficaria à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A Casa Branca, sem tomar conhecimento das críticas de alguns países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, que pedem maior transparência na seleção do novo presidente, garante que não irá demorar para apontar o novo homem do Banco Mundial. A saída de Paul Wolfowitz, o atual presidente, está marcada para daqui a um mês, em 30 de junho.

Wolfowitz sai após um escândalo relacionado com a promoção de sua namorada. Antes de assumir o cargo, há dois anos, ele era o "número 2" do Pentágono e foi um dos arquitetos da Guerra do Iraque. O fato por si só já lhe renderia adversários entre os 10 mil empregados da instituição, espalhados em cem escritório em todo o mundo. Mas seu reinado à frente do banco se mostraria ainda mais impopular. Quando o escândalo veio à tona, os funcionários não perderam tempo em pedir sua saída. Uma instituição que combate a corrupção nos mais diversos países não pode ter como chefe uma pessoa éticamente frágil, argumentaram, com obviedade. Sua permanência tornou-se insustentável e ele anunciou a saída em meados deste mês.

O coordenador do curso de Economia da UniFAE, Gilmar Mendes Lourenço, aprova a saída de Wolfowitz ."O presidente do Banco Mundial é uma figura gerencial. O banco tem uma dinâmica e a figura do presidente confere um status à instituição. A substituição dele é correta. O que precisaria agora é ser nomeado um administrador, um economista, alguém que devolvesse a credibilidade ao banco", diz Lourenço.

Na lista de candidatos de Bush, alguns nomes conhecidos. Segundo fontes do jornal The Wall Street Journal, Robert Zoellick, executivo do banco Goldman Sachs e ex-representante comercial dos EUA, seria um dos preferidos. O subsecretário do Tesouro, Robert Kimmit, e o chefe do Banco Central de Israel, Stanley Fischer, também estariam entre os indicados. O favorito, sempre de acordo com o jornal, seria Bill Frist, ex-líder da maioria republicana no Senado, que contaria com o apoio do assessor de segurança nacional da Casa Branca, Stephen Hadley.

Segundo o professor do departamento de economia da UFPR, Nílson de Paula, não é válida a crítica de que o Banco Mundial teria perdido seu papel no mundo atual, devido ao fortalecimento das economias emergentes, que poderiam buscar financiamento com o capital privado. "O banco acaba sendo de fato mais importante para os países que são mais carentes, como da África e do Oriente Médio, mas isso não diminui a necessidade de uma instituição voltada a solucionar os desequilíbrios", diz.

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