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A banda iraniana de death metal Arsames informou na quarta-feira (12) que fugiu do Irã após seus integrantes terem sido condenados a 15 anos de prisão por cantarem músicas "inapropriadas". A alegação da Justiça iraniana é de que as canções seriam "satanistas", o que os músicos negam.
A fuga foi revelada pelo site Loudwire, que recebeu um comunicado enviado pela Arsames, formada em 2002. "Nossa música é sobre nossa cultura passada, história… Eles pensam que só porque gritamos e tocamos rápido estamos fazendo apologia ao satanismo!", diz a banda.
Os músicos também contaram que foram presos em 2017 enquanto ensaiavam em um estúdio. Eles foram soltos um mês depois, após o pagamento de fiança, mas ainda passariam por um julgamento. Os músicos deveriam parar de trabalhar, vender produtos ou falar com a mídia até que a sentença fosse emitida. O grupo chegou a fazer uma pausa de um ano, mas retomou as atividades.
"Nós tivemos que escapar do Irã", disseram os integrantes da banda. Ainda não se sabe qual é o paradeiro dos músicos. No YouTube, a sentença foi questionada: "nós tocarmos metal é um crime? É um crime nós falarmos sobre a história persa? É um crime pensarem que nós praticamos satanismo quando temos músicas sobre Ciro, o Grande e monoteísmo?". A pergunta se refere ao rei Ciro II, que governou a região da Pérsia, atual Irã, entre 559 e 530 a.C.
A Arsames não não foi a primeira banda de death metal sentenciada à prisão por violação de leis contra a blasfêmia no Irã. Em 2019, os membros do grupo Confess foram condenados a um total de 14 anos e meio de prisão, mas os integrantes já tinham fugido do país em 2015.