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Em manifestação contra o ditador Nicolás Maduro em Caracas, no final de setembro, mulheres exibem a bandeira venezuelana com sete estrelas
Em manifestação contra o ditador Nicolás Maduro em Caracas, no final de setembro, mulheres exibem a bandeira venezuelana com sete estrelas| Foto: EFE/Miguel Gutierrez

Como trabalhar não é o forte da turma do chavismo, ela está sempre buscando motivos inusitados para gerar factoides e perseguir a oposição. Nesta terça-feira (15), mais um ganhou o noticiário: os adeptos do ditador Nicolás Maduro agora querem usar o número de estrelas na bandeira da Venezuela para promover perseguição política.

Segundo informações do site Efecto Cocuyo, a Assembleia Nacional (AN) venezuelana aprovou em primeira discussão a Lei de Reforma da Lei da Bandeira Nacional, do Hino Nacional e do Brasão da República Bolivariana da Venezuela.

O deputado Pedro Carreño, do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv, sigla de Maduro), disse que o objetivo é “punir severamente” o que chamou de “uso indevido” da bandeira da Venezuela.

O parlamentar chavista disse que “mesmo os atletas que fazem parte da seleção nacional, os jogadores de beisebol das ligas principais” costumam “bater” na bandeira e depois citou uma divergência entre o grupo de Maduro e alguns setores da oposição: o número de estrelas no símbolo pátrio.

“Também nesta guerra contra a nação, promovem a desonra dos símbolos nacionais, colocando uma bandeira que não é a contida na lei vigente de 9 de março de 2006, porque essa bandeira contém sete estrelas”, disse Carreño.

Na data mencionada pelo deputado, a AN aprovou uma proposta do então ditador da Venezuela, Hugo Chávez, para acrescentar a oitava estrela à bandeira da Venezuela.

As sete estrelas representavam as sete províncias venezuelanas que aderiram à Ata da Declaração da Independência, em 1811: Barinas, Barcelona, Caracas, Cumaná, Margarita, Mérida e Trujillo.

Entretanto, em 1817, o libertador da Venezuela, Simón Bolívar, acrescentou a oitava estrela, em referência à província de Guayana (que depois se tornaria o estado de Bolívar), onde os independentistas conseguiram uma importante vitória na guerra da independência. Já em 1821, a bandeira da Venezuela voltou a ter sete estrelas.

Em 2006, Chávez trouxe de volta a oitava estrela, como parte da propaganda bolivariana da ditadura. Em 2020, no aniversário da lei, Maduro escreveu nas redes sociais: “Quatorze anos da oitava estrela da bandeira nacional! Aprovada pela AN, foi uma proposta do comandante Chávez, que reivindicou o decreto de nosso pai Bolívar em reconhecimento da terra rebelde da Guayana. Hoje, mais do que nunca, a defendemos como um símbolo sagrado da história”.

A questão é que, para parte da oposição da Venezuela, a verdadeira bandeira é a de sete estrelas. Muitas bandeiras com esse número foram empunhadas nas recentes manifestações contra a fraude eleitoral chavista de 28 de julho.

Em entrevista ao site Emol em 2019, Alfredo Hurtado, porta-voz do Movimento Venezuela Livre no Chile, disse repudiar a oitava estrela.

“Isso de aceitar ou não é mais por orgulho, de não aceitar a mudança que Hugo Chávez fez nos nossos símbolos pátrios, obviamente, pelos ideais socialistas que tanto mal fizeram ao nosso país”, disse Hurtado.

“A aceitação depende de a qual grupo político você pertence. A maioria é oposição e não aceita a oitava estrela. Se você é chavista, se identifica com ela”, explicou.

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