A polícia iraniana avisou barbeiros para não oferecerem cortes de cabelo ocidentais ou tirar as sobrancelhas de seus clientes, disse a mídia iraniana no domingo.
A reportagem de um diário reformista, confirmada pela agência de noticias do Irã, é aparentemente um novo sinal da linha dura das autoridades para coibir roupas e outras modas consideradas contra os princípios islâmicos.
"Cortes de cabelo ocidentais... foram banidos", diz o jornal Etemad em sua manchete.
A determinação acontece uma semana após a polícia agir contra o crescimento do número de mulheres testando os limites da lei com roupas mais curtas e mais claras, às vésperas do verão.
Sob a lei islâmica Sharia, imposta após a revolução de 1979, mulheres são obrigadas a cobrir o cabelo e usar roupas longas e largas.
Quem violar as leis, pode ser chicoteado, obrigado a pagar multas ou preso.
A agência de notícias estudantil ISNA reproduziu um comunicado da polícia dizendo: "Em uma ordem oficial aos barbeiros, eles foram avisados para evitar cortes de cabelo ocidentais e tirar a sobrancelhas de homens."
Os jovens iranianos começaram nos últimos anos a cuidar da aparência, especialmente em áreas abastadas da capital Teerã. Cabelos espetados, com gel, são conhecidos como estilo Khorusi (galo). Alguns também usam maquiagem.
Muitos cabeleireiros para homens em Teerã oferecem cortes no estilo de estrelas de cinema de Hollywood e outras celebridades.
O chefe do sindicato dos barbeiros, Mohammad Eftekharifard, disse que a polícia havia instruído a entidade para implementar "regulações específicas em barbearias sob sua supervisão".
Barbearias que não seguirem as regras podem ser fechadas por um mês e até perder o alvará de funcionamento, ele teria dito à Etemad.
"Uma ordem oficial foi enviada ao sindicato... para não aplicar maquiagem em homens ou tirar as sobrancelhas... e portanto os barbeiros não têm permissão para fazer estas coisas".
Desde que o presidente Mahmoud Ahmadinejad assumiu o cargo em 2005 prometendo um retorno aos valores da revolução, radicais pressionam por controles mais rígidos sobre o que consideram comportamento imoral no país.
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