Há muitas mulheres e crianças entre as 150 pessoas que morreram afogadas depois de um barco que levava 850 imigrantes que fugiam do conflito na Líbia ter afundado na costa da Tunísia, informou nesta sexta-feira (3) a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados (Acnur).
A tragédia parece ser um dos piores incidentes no Mediterrâneo neste ano, disse Adrian Edwards, porta-voz da Acnur. A agência, sediada em Genebra, disse que pelo menos 578 das estimadas 850 pessoas a bordo, a maioria do oeste da África, Paquistão e Bangladesh, sobreviveram ao acidente, ocorrido na última quarta-feira.
O barco, dirigido por pessoas com pouca ou nenhuma experiência no mar, iniciou a viagem na tarde de sábado em Trípoli, capital da Líbia, e se dirigia para a ilha de Lampedusa, na Itália, disse Edwards.
"As dificuldades começaram logo depois da partida e eles tiveram problemas com o leme e com energia", disse ele. "Perdidos no mar no terceiro dia de viagem os passageiros ficaram sem água e comida".
A embarcação encalhou na quarta-feira, num banco de areia perto das ilhas Kerkennah, cerca de 300 quilômetros a noroeste de Trípoli e virou quando passageiros desesperados correram para um lado do barco, pedindo ajuda aos barcos da guarda costeira tunisiana e para barcos de pesca que haviam se aproximado. Muitos caíram na água e mulheres e crianças estão entre os desaparecidos, segundo relatos de sobreviventes à agência da ONU.
A Acnur, porém, revisou seu comunicado prévio segundo o qual 150 corpos haviam sido recuperados. O coronel Jaballah, que coordena a unidade de emergência na região perto do naufrágio, disse que apenas uma pessoa foi retirada do mar e outra morreu quando era levada para receber atendimento, já que o mau tempo impediu qualquer tentativa de recuperação de corpos. Edwards disse hoje que os sobreviventes foram levados para campos de refugiados, onde devem receber assistência. As informações são da Associated Press.
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