Uma corte do Barein ordenou um novo julgamento para Abdulhadi al-Khawaja, preso que está em greve de fome, e outros 20 homens julgados por uma corte militar por liderarem o levante pró-democracia do ano passado, mas determinaram que ficarão detidos até novos veredictos serem pronunciados.
A monarquia sunita sufocou um ano atrás com ajuda militar da Arábia Saudita os protestos em massa de xiitas, que compõem a maioria da população. Mas o inconformismo dos xiitas ressurgiu recentemente, desafiando o governo do país, que sedia a Quinta Frota dos EUA como anteparo estratégico contra o Irã.
Khawaja, que assim como seus companheiros presos não será julgado em um tribunal civil, tem recusado comida há mais de dois meses e corre risco de morte, disse sua família.
"A corte ordena que o julgamento ocorra novamente e que as testemunhas da promotoria e da defesa sejam ouvidas mais uma vez, como se fosse um novo julgamento", relatou a BNA, agência de notícias estatal, nesta segunda-feira.
"As determinações da Corte de Anulação não permitem a soltura dos réus, já que ficaram detidos durante o primeiro julgamento", disse.
O advogado de defesa Mohammed al-Jishi, que compareceu à sessão desta segunda-feira, disse que o juiz declarou que os homens não serão libertados. Grupos internacionais de direitos humanos defenderam que eles sejam soltos sem condições.
Acredita-se que os presos - que não estiveram na corte - estejam entre as centenas que, segundo uma comissão internacional de direitos humanos denunciou em novembro, foram torturados durante um período de lei marcial imposta para sufocar o levante.
Eles foram condenados por uma corte militar no ano passado por organizar manifestações lideradas pela maioria de muçulmanos xiitas, que ameaçaram a permanência da monarquia sunita no poder.
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