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Educação Globalizada

Barreira a diplomas estrangeiros

Estudar no exterior poderia significar o caminho para uma boa formação, mas é também, na prática, talvez a única possibilidade que alguns estudantes en­­con­­tram para frequentar cursos concorridos, como no caso de medicina. Só que para estes brasileiros, o sonho de voltar e atuar pro­­fissionalmente no país tem se transformado rapidamente em pesadelo. Na grande maioria dos casos, diplomas internacionais não são convalidados pelas universidades brasileiras. Sem alternativas viáveis, resta ao es­­tu­­dan­­te apenas duas tristes op­­ções: ou ele refaz o curso no Bra­­sil ou – o que muitos acabam por fazer – desistem de trabalhar na profissão ou área escolhida.

Másimo Della Justina decidiu fazer ciências econômicas na London School of Economics, um dos mais prestigiados departamentos da Universidade de Londres. Antes de embarcar pa­­ra Inglaterra, ele já sabia que en­­frentaria problemas para convalidar seu diploma no Brasil. Con­­cluído o curso, Másimo voltou e tentou obter a equivalência através da Universidade Fe­­deral de Santa Catariana (UFSC), mas teve sua solicitação negada após o pagamento das taxas e de um pe­­ríodo de espera de três meses. "Já meu curso de mestrado, que realizei na mesma Lon­­don School of Economics, foi validado pela Universidade Fe­­deral do Paraná (UFPR)", revela ele aliviado.

Mas a maior parcela dos brasileiros que buscam a convalidação do diploma estrangeiro é mesmo composta por graduados em medicina. A grande procura e os altos índices de concorrência nas universidades do Brasil são os principais motivos que levaram esses estudantes a buscar qualificação no exterior.

"No ca­­so de medicina, a convalidação de diplomas dos estu­­dan­­tes que fizeram o curso fora ajudaria a melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS)", afirma Wil­­­­mar Marçal, professor universitário e ex-reitor da Uni­­ver­­si­­dade Esta­­dual de Londrina (UEL).

Marçal ainda explica que mui­­tos desses médicos formados no exterior gostariam de trabalhar em pequenas cidades brasileiras – municípios com menos de 10 mil habitantes – ou em regiões periféricas de grandes centros urbanos. Locais onde, notadamente, há grande carência de profissionais da saúde e de serviços médicos para atendimento à população.

"Isso ajudaria também a di­­minuir os deslocamentos realizados por pacientes de cidades pequenas, que buscam auxílio na capital ou em grandes cidades porque não encontram bons serviços médicos no local onde residem", completa o professor.

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