Barron Trump (à direita) ajudou a campanha de seu pai a se conectar com o público mais jovem, fundamental nesta eleição| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH
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Barron Trump, o filho mais novo de Donald Trump, teve um papel de destaque na campanha presidencial que levou seu pai à vitória sobre Kamala Harris, candidata do Partido Democrata, nas eleições presidenciais de 5 de novembro. Com apenas 18 anos e recém-ingressado na Universidade de Nova York, Barron atuou nos bastidores como um conselheiro próximo de Trump, ajudando a conectar a campanha de seu pai com os jovens eleitores americanos, que sempre pendem mais ao lado democrata/progressista.

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Uma das principais contribuições de Barron foi convencer Trump a investir em idas a podcasts para conversar com influenciadores populares entre o público jovem, o que ampliou significativamente o alcance do agora presidente eleito durante a campanha. Trump participou, por exemplo, do podcast de Joe Rogan, o “The Joe Rogan Experience", que possui grande audiência entre o público mais jovem, especialmente entre os homens.

Durante a campanha, Trump chegou a se referir ao filho como “o rei da internet” e mencionou que a influência de Barron foi fundamental para sua aproximação com os eleitores jovens.

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“Temos o Barron em casa, ele está assistindo. Esse Barron é o rei da internet”, declarou Trump em um comício no Madison Square Garden, reforçando o papel do filho como ponte para o público digital.

Segundo a mídia americana, além de Rogan, Barron ajudou a campanha republicana a selecionar outros influenciadores para entrevistar seu pai, como Adin Ross (influenciador que faz streaming na plataforma Kick), o youtuber Logan Paul, e o podcast "Bussin' with the Boys". A conversa com Ross, em agosto, contou com uma grande audiência, chegando a ter 580 mil espectadores ao vivo, consolidando o engajamento de Trump entre jovens que consomem esse tipo de conteúdo digital. Ao longo da campanha, o próprio Trump afirmou que Barron exercia um papel importante em suas escolhas de mídia digital, buscando sempre se conectar melhor com a juventude americana.

Lara Trump, esposa de Eric Trump, e que integra o Comitê Nacional do Partido Republicano, também elogiou o papel de Barron nesta campanha. Em uma entrevista concedida quatro dias após a vitória do republicano, ela comentou que “Barron é incrível”.

“Ficou intencionalmente fora dos holofotes, mas sempre surpreende. Ele é muito inteligente [...] Muitas vezes, Barron ligou para Trump e dizia: ‘Pai, tenho uma ideia de como você pode conquistar mais votos’. Ele está sempre dando ideias. Temos que dar um crédito sério a Barron”, afirmou.

Outro que destacou a participação de Barron na campanha do pai foi o político britânico Nigel Farage, aliado de Trump, que compartilhou uma foto ao lado do jovem e comentou: “Barron Trump é um jovem muito brilhante de 18 anos que desempenhou um grande papel na vitória impressionante do pai”.

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Além de Barron, outro jovem que teve um papel decisivo na campanha foi o estrategista Alex Bruesewitz, de 27 anos, responsável por coordenar a presença digital de Trump, o que ajudou a ampliar o alcance do republicano entre jovens de diferentes origens e classes. Em redes como o TikTok, onde a audiência de eleitores jovens é grande, Trump foi orientado por Barron e Bruesewitz a buscar momentos descontraídos e virais, como vídeos feitos durante sua ação de campanha no McDonald's e ao dirigir um caminhão de lixo, em reposta ao ainda presidente Joe Biden, que se referiu aos eleitores republicanos como “lixo”. A estratégia funcionou e ajudou a atrair principalmente o voto de homens jovens brancos, latinos e afro-americanos, com Trump obtendo cerca de 60% do apoio entre os homens jovens brancos, 55% entre homens latinos e números expressivos nas demais comunidades.

Com essa aproximação digital, a campanha conseguiu atrair, ao todo, 42% dos votos entre os eleitores de 18 a 29 anos, que são tradicionalmente mais inclinados ao Partido Democrata. A mídia americana, que ficou quase toda ao lado dos democratas, sugeriu que Trump superou as expectativas nesse grupo, criando uma base que mistura conservadorismo e cultura digital.

Barron, que votou pela primeira vez nestas eleições, preferiu manter-se discreto nos eventos públicos e recusou uma posição formal oferecida pelo Partido Republicano na Flórida, optando por focar em seus estudos. Contudo, sua contribuição para o sucesso do pai foi significativa, e a expectativa é que ele continue exercendo influência nos bastidores.

Com a posse marcada para o dia 20 de janeiro, o sucesso dessa abordagem digital pode ser um prenúncio de que a família Trump buscará consolidar a aproximação com eleitores mais jovens, potencialmente moldando o movimento conservador para as próximas gerações.

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