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Guerra no leste europeu

Batalha em Severodonetsk escancara desequilíbrio entre forças russas e ucranianas

Familiares se emocionam durante velório de soldado morto em Severodonetsk: segundo o Exército ucraniano, russos têm uma vantagem de “dez contra um” na região (Foto: EFE/Orlando Barría)

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As forças ucranianas informaram nesta segunda-feira (13) que foram expulsas do centro de Severodonetsk, cidade-chave do leste da Ucrânia, em Luhansk, no disputado Donbas. Com as munições escassas do lado ucraniano do combate, as próximas semanas podem ser decisivas para o rumo da guerra.

As unidades ucranianas em Severodonetsk foram cercadas. Conforme publicou o líder dos separatistas pró-Rússia, Edouard Bassourine, “os ucranianos têm duas opções: render-se ou morrer”.

“O inimigo golpeou Severodonetsk, conseguiu sucesso parcial e expulsou nossas forças do centro da cidade. As hostilidades continuam”, publicou o Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia, no Facebook. “Os russos seguem destruindo a cidade”, confirmou o governador de Luhansk, Serguiï Gaïdaï.

Segundo anunciou o comandante do Exército ucraniano, Valeri Zaloujny, os russos possuem uma vantagem de “dez contra um” na região.

Indústrias químicas de Severodonetsk

O dirigente da região separatista de Luhansk, Leoni Passetchnik, comentou nas redes sociais, no último fim de semana, sobre os riscos de acidentes nas indústrias de Severodonetsk. “Nosso objetivo principal é fazer uma limpa (de combatentes ucranianos), sem provocar desastres ambientais”, afirmou.

No final de maio, o ataque russo atingiu um reservatório de ácido nítrico na usina química da cidade. Na ocasião, o governo de Luhansk alertou a população a não sair dos refúgios e usar máscaras, devido ao risco de intoxicação.

As autoridades ucranianas buscam a negociação de um corredor humanitário para evacuar civis. Na usina de Azot, estariam refugiadas ainda cerca de 500 pessoas, entre elas 40 crianças. Na cidade vizinha de Lyssytchansk, rota de saída para os ucranianos, três civis morreram nas últimas 24 horas, entre elas um menino de seis anos, segundo informou o governo de Luhansk.

Ataque constante na cidade estratégica

Se conquistar a cidade, a Rússia avança mais facilmente pela região vizinha de Donetsk, indispensável para a conquista da Bacia do Donbas.

Antes da invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, Severodonetsk tinha cerca de 100 mil habitantes. Hoje, está em grande parte destruída e deserta. Há duas semanas, a cidade é intensamente bombardeada pelas forças russas e pelos separatistas pró-russos.

Junto com Lyssytchank, Severodonetsk se tornou o centro administrativo do Donbas ucraniano, desde que separatistas apoiados por Moscou se estabeleceram na parte oriental da região, em 2014.

Severodonetsk era o maior trecho de Luhansk ainda sob domínio ucraniano. Desde que as tropas russas deixaram regiões mais próximas da capital, Kyiv, e se dirigiram para o Donbas, a cidade tem sido o principal alvo da Rússia, “com bombardeios por todos os lados, 24 horas por dia”, conforme anunciou o governo de Luhansk na semana passada.

Ajuda insuficiente

Segundo o pesquisador do Instituto Francês de Relações Internacionais Jean-Chritophe Noël, em entrevista ao jornal francês Le Monde, a Ucrânia tem em Severodonetsk hoje um ponto de fixação “para ganhar tempo, esperando suporte para que as forças entre os países estejam em equilíbrio”.

As autoridades ucranianas admitiram nesta segunda-feira a escassez de munições e armas. No começo do mês, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, revelou que, todos os dias, entre 60 e cem combatentes entram para a defesa da Ucrânia, enquanto 500 são feridos diariamente.

O conselheiro do governo ucraniano Mykhaïlo Podoliak anunciou que a “carnificina” acontece devido à “assimetria entre as capacidades militares ucranianas e russas”. Outro conselheiro do país, Oleksy Arestovych, afirmou que, sem a ajuda externa, o país já estaria derrotado. “O Ocidente nos salva financeiramente”, disse.

No entanto, o chefe de Inteligência da Ucrânia, Vadim Skibitsky, pontuou na sexta-feira (10) ao canal Currenttime.tv que “a ajuda internacional não é suficiente para diminuir o ritmo ofensivo das forças russas”.

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