São Paulo – As eleições municipais de hoje na Espanha são tratadas pelos principais partidos como uma batalha. "Votar nos socialistas é fortalecer o ETA’’, atacou o líder da oposição, o conservador Mariano Rajoy. "Que azar da Espanha ter uma direita tão retrógrada’’, retrucou o primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero. "Votar pela esquerda é votar pela convivência.’’

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Nos últimos três anos, a absoluta falta de consenso domina a vida política espanhola. Tanto que, segundo pesquisa recente, a "crispação política’’ tornou-se um dos principais problemas do país, junto ao terrorismo, desemprego, imigração ilegal e drogas. Discute-se por tudo e com ataques pesados de lado a lado. O ex-premiê direitista José María Aznar acusou Zapatero de estar levando o país a "um clima de guerra civil, que tivemos há 70 anos’’.

O terrorismo é um dos temas das eleições, em que as questões municipais ficaram em segundo plano. Zapatero passou boa parte de 2006 prometendo o início do fim do ETA, que declarou cessar-fogo em março do ano passado, mas um atentado no aeroporto de Madri em dezembro jogou pelos ares a trégua. Segundo a oposição, o governo foi ingênuo e desinformado no trato com os terroristas. Em janeiro, a popularidade de Zapatero caiu a 40%, a menor em três anos de governo.

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Quanto às eleições, Madri e Valência devem continuar nas mãos dos conservadores, e Barcelona e Sevilha com a esquerda. Pouco deve mudar em meio ao bate-boca.