Os cientistas da Agência Espacial Europeia vão decidir nesta sexta-feira (14) se tentam um arriscado procedimento de perfuração para ancorar uma sonda exploratória na superfície de um cometa antes que suas baterias acabem.
A sonda, enviada pela nave espacial Rosetta na quarta-feira após uma odisseia de 10 anos a 500 milhões de quilômetros da Terra, flutuou para longe do local planejado para o pouso depois que o sistema projetado para prendê-la ao solo falhou.
A sonda agora está posicionada precariamente sobre duas de três pernas, sob a sombra de um penhasco do cometa. A falta de luz significa que a sonda, chamada Philae, não tem capacidade de extrair energia suficiente de seus painéis solares para operar, como antes esperado, e suas baterias devem se esgotar até o fim desta sexta.
A equipe da agência também não tem certeza sobre a exata posição da sonda, o que dificulta uma manobra para reposicioná-la usando seu equipamento de pouso. A sonda deveria perfurar a superfície do cometa após o pouso, mas por ter peso praticamente nulo no corpo celestial e por sua posição instável, o acionamento da broca de perfuração pode fazer com que a sonda seja expelida.
Mas com as baterias prestes a acabarem, os cientistas - localizados no centro operacional da agência espacial em Darmstadt, na Alemanha-- disseram à rede britânica BBC nesta sexta-feira que era o momento de assumir maiores riscos com a sonda.
Apesar dos contratempos no pouso, a missão de 10 anos da Rosetta representa vários avanços, incluindo a primeira vez que uma nave espacial conseguiu perseguir um cometa e a primeira vez que uma sonda pousou em um cometa.
Mesmo que não consiga perfurar a superfície para analisar amostras, a nave Rosetta vai continuar a seguir o cometa até pelo menos o fim de 2015, mesmo enquanto sua órbita passe perto do sol. A Philae também está tirando fotos e recolhendo dados sobre as transformações no cometa durante o dia.
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