Centenas de manifestantes reuniram-se nesta quinta-feira nas proximidades da sede da emissora BBC para protestar contra a participação do líder do Partido Nacional Britânico (BNP), Nick Griffin, em um dos programas da rede de TV
Cerca de 400 pessoas cercaram o prédio da empresa, na região oeste de Londres, levando cartazes que diziam "Detenham o fascista BNP", enquanto gritavam "Destruam o BNP".
Pelo menos 25 manifestantes conseguiram romper o isolamento policial e entrar no prédio da emissora. Momentos após a invasão, eles foram arrastados para a rua. O protesto, porém, não conseguiu impedir que Griffin chegasse ao local.
De acordo com a BBC, o líder do partido de extrema direita britânico conseguiu entrar no prédio para participar do programa transmitido no horário nobre da rede.
Muitas entidades e políticos criticaram o convite feito a Griffin, afirmando que, ao dar voz para ele, o partido de extrema direita poderia conseguir legitimidade para suas propostas "inaceitáveis".
Segundo os críticos, as declarações do líder do BNP podem até mesmo incentivar ataques racistas no país.
A aparição do líder de extrema direita francês Jean-Marie Le Pen em um programa similar na França, nos anos 1980, foi considerada um momento crucial em sua carreira política.
O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, defendeu a decisão da emissora de convidar Griffin ao programa, afirmando que, como a rede é pública, tem o dever de ceder espaço a todos os partidos com representação nacional.
O BNP só aceita integrantes brancos, é contra a imigração e a favor da saída da Grã-Bretanha da União Europeia. A agremiação recebeu mais de 940 mil votos na eleição europeia de junho, obtendo, pela primeira vez na história da legenda, duas cadeiras no Parlamento Europeu. O partido, no entanto, não tem representação no Parlamento britânico.
Griffin, que já foi criticado por negar o Holocausto, disse que já esperava uma recepção hostil, mas insistiu em que as ideias que defende foram mal interpretadas.
"Se essas pessoas ao menos deixassem a gente falar e debatessem nossas reais questões em vez de criarem monstros, todos teriam uma convivência melhor", disse.