Emissoras alegam que nova lei de fake news na Rússia tem o objetivo de criminalizar o jornalismo independente| Foto: Wikimedia Commons
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A emissora pública britânica BBC, as americanas CNN e Bloomberg News e a CBC, emissora pública do Canadá, anunciaram nesta sexta-feira (4) a suspensão temporária do trabalho de seus jornalistas na Rússia, em resposta a uma lei que, na sua opinião, criminalizaria o jornalismo independente.

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A aprovação de uma norma que prevê penas de prisão de até 15 anos pela divulgação de fake news levou o diretor-geral da BBC, Tim Davie, a paralisar o trabalho de seus funcionários na Rússia até analisar em profundidade “todas as implicações” dessa legislação.

“A segurança de nossos trabalhadores é primordial e não estamos preparados para expô-los ao risco de processos criminais simplesmente por fazerem seu trabalho”, disse Davie, em nota divulgada pela empresa.

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A emissora pública destaca que continuará oferecendo seu serviço de informação internacional em russo graças ao trabalho de funcionários localizados em outros países.

“Continuamos comprometidos em produzir informações precisas e independentes para o público em todo o mundo, incluindo os milhões de russos que usam nossos serviços de notícias”, afirmou. A BBC também mantém jornalistas na Ucrânia para relatar a invasão ordenada pelo Kremlin.

A CNN informou que vai suspender as transmissões na Rússia. Um porta-voz afirmou que a medida será adotada “enquanto continuamos a avaliar a situação e nossos próximos passos”, informou a Reuters.

A Bloomberg News informou que suspenderia temporariamente o trabalho de seus jornalistas dentro da Rússia também em resposta à nova lei. “Com grande pesar, decidimos suspender temporariamente nossa coleta de notícias na Rússia”, declarou John Micklethwait, editor-chefe da Bloomberg. “A mudança no código penal, que parece destinada a transformar qualquer repórter independente em criminoso por associação, torna impossível continuar qualquer aparência de jornalismo normal dentro do país.”

A CBC também anunciou que interromperia temporariamente sua operação de notícias na Rússia.

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A pedido da Procuradoria-Geral da Rússia, dois sites de notícias - Meduza e Radio Svoboda - foram bloqueados nesta sexta-feira por serem considerados “agentes estrangeiros”, em uma ofensiva contra a mídia crítica ao governo.

No Reino Unido, esta semana o canal russo RT desapareceu das telas de televisão. Embora Londres não tenha aplicado sanções diretas contra a emissora, as medidas adotadas pela União Europeia (UE) contra suas transmissões via satélite também afetaram o território britânico.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]