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Inflação

BC: aperto monetário deve ser "suficientemente prolongado"

O Banco Central disse que o cenário prospectivo para a inflação brasileira não evoluiu favoravelmente desde sua última reunião e que o ciclo de aperto monetário deverá ser "suficientemente prolongado".

Os comentários foram feitos na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual para 12%, por 5 votos a 2.

"O Copom entende, de forma unânime que, diante das incertezas quanto ao grau de persistência das pressões inflacionárias recentes, e da complexidade que envolve hoje o ambiente internacional, o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado", afirmou o documento, divulgado nesta quinta-feira.

O Copom disse prever dois momentos para a inflação neste ano, com a inflação em doze meses neste trimestre e no próximo permanecendo em níveis similares ou superiores aos do primeiro trimestre, mas desacelerando no quarto trimestre, indo em direção à trajetória de metas.

"O Copom reafirma que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais... (e) destaca que o cenário central também contempla moderação na expansão no mercado de crédito."

Sobre a divisão da última reunião, a ata detalhou que parte dos membros do BC acha que o balanço de riscos pedia a manutenção do ritmo de ajuste da taxa Selic, de 0,50 ponto, para conter os riscos de que as pressões inflacionárias recentes se transmitam ao cenário prospectivo.

A maioria do Copom, no entanto, acredita que já foi feito um "substancial esforço anti-inflacionário" nos últimos meses e que há defasagens na transmissão dessas ações para a economia, "o que, associado à decisão de se prolongar o ciclo de ajuste, recomendaria uma reavaliação da estratégia de política monetária".

Sobre o cenário externo, o BC notou que a volatilidade e a aversão ao risco se elevaram desde sua última reunião.

Em relação à atividade interna, o Copom avaliou que "embora esteja em curso moderação, em ritmo ainda incerto, da expansão da demanda doméstica, são relativamente favoráveis as perspectivas para a atividade econômica".

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