Atiradores desconhecidos mataram pelo menos seis pessoas e deixaram mais de 30 feridos durante um protesto em Beirute, capital do Líbano, nesta quinta-feira (14), confirmou o ministro do Interior do país, Bassam Maulaui. A manifestação havia sido organizada pelo grupo militante Hezbollah para exigir a demissão do juiz que comanda a investigação sobre a megaexplosão que destruiu grande parte da cidade no ano passado.
O exército libanês interveio e houve trocas de tiros durante horas no centro da cidade. Há relatos de atiradores abrindo fogo a partir de edifícios e de balas atingindo janelas de casas na região.
Centenas de apoiadores do Hezbollah, grupo militante e partido político libanês, e do movimento Amal, estavam reunidos em frente ao Palácio da Justiça para protestar contra o juiz Tarek Bitar, logo após a mais alta corte do país ter rejeitado uma petição para substituí-lo. Eles acusam Bitar de ter viés político para julgar a questão.
"O exército se apressou para isolar a área e se posicionar em seus bairros e sua entrada. As patrulhas começaram, assim como a busca pelos atiradores para detê-los", disseram as Forças Armadas em um comunicado.
O primeiro-ministro do país, Najib Mikati, pediu calma e apelou às pessoas que "não sejam arrastadas a um conflito civil".
Em discurso exibido em canais de televisão, Maulaui disse que diversas pessoas foram baleadas na cabeça durante a ação de atiradores que estavam escondidos em telhados na zona de Tayoune, na capital libanesa. Além disso, confirmou que houve lançamento de granadas liberadas por foguetes na mesma região.
Xiitas acusam partido cristão
Os partidos xiitas Amal e Hezbollah acusaram integrantes da legenda cristã Falanges Libanesas pelo ataque ocorrido nesta quinta-feira.
"Os participantes foram alvo de um ataque armado por parte dos grupos do partido Falanges Libanesas, que se espalharam pelos bairros vizinhos e nos telhados dos edifícios, para realizar operações diretas de franco-atiradores", aponta um comunicado conjunto emitido pelas direções das organizações xiitas.
"Hezbollah e Amal condenam e denunciam esse ato criminoso e intencional, que dá um golpe na estabilidade e na paz civil, e convocam o Exército e as forças de segurança a assumirem suas responsabilidades para restaurar a normalidade e prender os responsáveis pelos assassinatos", completa a nota.
Até o momento, não houve qualquer manifestação de reivindicação da autoria do ataque, que aconteceu na região de Tayoune, na capital libanesa.
As Falanges Libanesas, que foram acusadas pelos partidos xiitas, são o segundo maior bloco de bandeira cristã no Parlamento do Líbano e uma antiga milícia, que atuou durante a guerra civil no país, de 1975 a 1990.
O líder da legenda, Samir Geagea, utilizou o Twitter para condenar o ataque, que afirmou ser consequência da existência "generalizada" de armas no Líbano, "que ameaça os cidadãos a todo o momento, em todas as partes".
Uma fonte militar informou à Agência EFE horas após o incidente que pelo menos "nove pessoas foram presas e permanecem sob custódia, enquanto outras foram recentemente detidas e estão sob investigação".
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