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Imagem pública

Bela Rainha Rania é o rosto público, liberal e global do governo da Jordânia

Palestina nascida no Kuait reforça a imagem de país alinhado ao Ocidente. Ser rainha é um trabalho que incorpora vários papéis, diz ela

A Rainha Rania recebe o Papa Bento XVI em Amã, capital da Jordânia, no último dia 8 | AFP
A Rainha Rania recebe o Papa Bento XVI em Amã, capital da Jordânia, no último dia 8 (Foto: AFP)

A imagem do rei da Jordânia, Abdullah II, é que está espalhada por todos os cantos do país, aproximando a família real da população. Mas é um outro rosto, o da Rainha Rania, que encanta o mundo ao representar o país globalmente, reforçando a imagem de uma nação liberal, que respeita suas mulheres e atua alinhado com o pensamento ocidental .

"As mulheres da família real jordaniana costumam ter este papel de ser a imagem pública do governo para o resto do mundo. Rania parece ter um bom controle da esfera pública", disse ao portal G1 a socióloga Frances Hasso, especializada em direitos das mulheres no Oriente Médio. Além de ter uma importante função política, Rania injeta um ar de modernidade na família real, mantendo contato com a população pelo site de compartilhamento de vídeos YouTube, por exemplo.

Nascida no Kuait, Rania é palestina e tem 38 anos. Sua origem ajuda o governo também a se aproximar do grande número de refugiados palestinos no país (cerca de um terço da população), que acabam se sentindo representados politicamente por ela. Rania se casou com o Rei Abdullah II em 1993, seis anos de ele assumir o trono, quando ainda não havia sido definido de que ele seria o sucessor de Hussein. Além de muito bonita e de ter esta função "publicitária", ela de fato é inteligente e atua politicamente. Rania atua nas áreas sociais do governo, trabalhando com crianças, jovens e mulheres.

"Muitas pessoas se impressionam com o título de ‘rainha’, mas para mim trata-se de um trabalho que incorpora vários papéis", escreve Rania em seu site oficial. "Primeiramente, meu papel é de parceira de Sua Majestade em seus esforços para melhorar o padrão de vida de todos os jordanianos. Enquanto respeitamos nossas tradições, estamos determinados a levar a Jordânia a uma sociedade civil moderna e um modelo para a região garantindo níveis sustentáveis de crescimento e desenvolvimento social. Além disso, trabalho em áreas relacionadas com a proteção de crianças e segurança familiar, dos direitos das mulheres, da criação de oportunidades para os jovens, cultura e turismo. Desafiador? Sim. Impossível? Não. Na verdade, estes desafios me energizam."

Ajuda financeira

A importância da imagem jordaniana que Rania ajuda a divulgar vai bem mais além da política e inclui um reforço à economia do país. "A rainha põe um rosto liberal na família real. Ela ajuda o governo do reino a ser bem visto internacionalmente, o que o faz ganhar controle sobre uma série de recursos financeiros vindos de organizações espalhadas pelo mundo", explicou a socióloga entrevistada pelo portal G1. Ela ajuda o governo a ter acesso à ajuda de ONGs internacionais que levam em conta a questão dos direitos das mulheres no país, disse.

Segundo ela, esta função é parte da cultura hashemita, da tribo original da região da Jordânia da qual a família real descende, sendo diretamente ligada ao profeta do islã, Maomé. "Eles sempre usam as mulheres para se envolverem em projetos relacionados com a aplicação de dinheiro."

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