A Polônia acusou nesta sexta-feira (19) o governo de Belarus de transportar centenas de migrantes de volta para a fronteira entre os dois países, um dia após a ditadura de Alexander Lukashenko ter anunciado que os acampamentos na região haviam sido esvaziados.
A porta-voz da Guarda de Fronteira polonesa, Anna Michalska, disse que na noite de quinta-feira (18), poucas horas após o fechamento dos acampamentos improvisados, autoridades bielorrussas já estavam transportando centenas de pessoas de volta para a área e forçando-as a tentar atravessar a fronteira no escuro.
“(Os bielorrussos) Estavam trazendo mais migrantes para o lugar onde houve uma tentativa forçada de travessia”, disse Michalska, segundo a agência Reuters. “A princípio, foram cem pessoas, mas depois o lado bielorrusso trouxe mais pessoas em caminhões. Depois, havia 500 pessoas.”
Milhares de migrantes, a maioria vindos do Oriente Médio e da Ásia Central, estavam acampados na região de fronteira entre Polônia e Belarus. A crise foi vista por Varsóvia e pela União Europeia como uma ação orquestrada por Lukashenko para desestabilizar a região, em resposta a sanções impostas ao seu regime por países ocidentais.
Em entrevista à BBC, o ditador negou ter planejado a crise, mas disse que guardas bielorrussos podem ter ajudado migrantes a tentar atravessar para o lado polonês. “Acho que é absolutamente possível. Somos eslavos. Temos corações. Nossas tropas sabem que os migrantes estão indo para a Alemanha. Talvez alguém os tenha ajudado. Eu nem vou investigar isso”, declarou.
Na quinta-feira, centenas de iraquianos viajaram de volta ao Iraque a partir do aeroporto de Minsk, no primeiro voo de repatriação partindo de Belarus desde agosto.
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