Islamabad (Paquistão) A ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto deixou ontem a prisão domiciliar a que foi submetida e aderiu a um protesto de jornalistas contra o estado de emergência, depois que o governo pôs fim à ordem de confinamento.
A líder do PP (Partido do Povo do Paquistão) saiu ontem pela primeira vez de casa desde a suspensão da ordem de detenção, para ir a um encontro com os líderes de sua formação.
A polícia paquistanesa, no entanto, impediu a ex-primeira-ministra tentou se aproximar da casa do ex-chefe de Justiça Iftikhar Chaudhry, mas a polícia estacionou dois caminhões no caminho para bloquear sua passagem.
Após impor um estado de emergência e suspender a Constituição semana passada, depois de enfrentar manifestações do Poder Judiciário e o aumento da violência de militantes, o governo paquistanês afastou a maioria dos juízes do país e os têm substituído.
"Vim para expressar a vocês a minha solidariedade. Reprovo as restrições [aos meios de comunicação]", disse Bhutto aos cerca de 200 manifestantes.
Desde a instauração no sábado passado do regime de estado de emergência pelo ditador Pervez Musharraf, uma série de restrições foram impostas aos meios de comunicação, especialmente a mídia impressa e a televisão.
O estado de emergência permite que autoridades prendam pessoas sem a necessidade de ordens judiciais, limitem o movimento de pessoas ou veículos, confisquem armas e fechem espaços públicos.
Na última sexta-feira, a polícia impediu que a ex-premiê, líder do principal partido de oposição do país, saísse de sua casa e cercou a capital e a cidade próxima de Rawalpindi para evitar uma manifestação contra o ditador Pervez Musharraf.