• Carregando...

O papa Bento 16 escreveu uma carta "angustiada" a líderes da Igreja admitindo que o caso do bispo que negou a extensão do Holocausto foi mal conduzido e advertindo que a Igreja arrisca a se autodevorar com disputas internas.

Na carta endereçada aos bispos do mundo, que será divulgada pelo Vaticano na quinta-feira (12), o papa também diz estar magoado com as críticas feitas por católicos dirigidas a ele e que o Vaticano poderia ter previsto os problemas caso utilizasse mais a Internet.

É extremamente raro na história da Igreja um papa ter de explicar suas ações aos bispos após um acontecimento e reconhecer que as coisas não foram bem.

"A carta é muito pessoal, muito angustiada, muito aflita, mas muito honesta", disse um bispo italiano que a recebeu e fez comentários sobre o texto sob a condição de permanecer anônimo.

O papa afirma que o caso deflagrou uma tempestade de "veemência" e o feriu profundamente, em especial porque boa parte das críticas veio de católicos.

No dia 24 de janeiro, Bento XVI suspendeu a excomunhão de Richard Williamson e de outros três bispos para tentar resolver um cisma de 20 anos iniciado quando eles foram expulsos da Igreja por serem ordenados sem a permissão do papa João Paulo II.

Williamson dissera em entrevista exibida vários dias antes acreditar que não houve câmaras de gás e que não mais do que 300 mil judeus morreram nos campos de concentração nazista, em vez dos 6 milhões aceitos pela maioria dos historiadores.

Os comentários de Williamson e a decisão do papa de suspender a excomunhão causaram um forte abalo na relação entre católicos e judeus. A decisão foi condenada por sobreviventes do Holocausto, por alguns católicos, pelo rabinato chefe de Israel, por líderes judeus mundiais e pela chanceler alemã, Angela Merkel.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]