Vaticano (Reuters) – O Papa Bento XVI anunciou ontem as primeiras canonizações de seus seis meses de pontificado. Os novos santos são Jozef Bilczewski (1860–1923), arcebispo polonês que trabalhou na Ucrânia; Zygmunt Gorazdowski (1845–1920), padre polonês que também atuou na Ucrânia; Alberto Hurtado Cruchaga (1901–1952), padre chileno dedicado aos pobres; Gaetano Catanoso (1879–1963), padre italiano que dedicou a vida aos pobres no sul da Itália; e Felice Da Nicosia (1715–1787), monge italiano que morreu analfabeto.

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Sínodo

Em sua homilia, o Papa concentrou-se no tema do celibato, um dos debates do sínodo (assembléia de bispos) de três semanas que terminou com a missa de ontem. "O celibato que padres recebem como um presente precioso e sinal do amor indivisível em relação a Deus e seu vizinho é fundamentado no Mistério Eucarístico", disse às dezenas de milhares de pessoas presentes.

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A falta de padres para atender os católicos, que são mais de 1,1 bilhão no mundo, dominou o sínodo – em que mais de 250 participantes apresentaram propostas ao Papa sobre diversos temas. Liberais como o grupo dissidente "Nós somos a Igreja" disseram que a solução a longo prazo é tornar o celibato opcional para os novos padres, permitindo que se casem. Alguns bispos sugeriram que a Igreja ordene "viri probati", termo em latim para homens mais velhos, casados e com família conhecidos por levar vidas pessoais exemplares em suas comunidades e que tenham uma doutrina sólida na Igreja. O Papa, por sua vez, disse que os católicos precisam "demonstrar sua fé claramente".

O Papa também mandou uma "saudação fraterna" para Igreja da China, dizendo que seu sofrimento não é em vão. "Com profunda tristeza sentimos a falta de seus representantes", disse Bento XVI, em referência aos quatro bispos que foram impedidos de participar do sínodo. O Vaticano estima ter cerca de 8 milhões de seguidores na "Igreja proibida" da China. A associação oficial do governo chinês tem 5 milhões de seguidores. A China não tem relações diplomáticas com o Vaticano desde 1951, dois anos depois da revolta comunista.