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O papa emérito Bento XVI relatou nesta segunda-feira (24) que, ao contrário do que informou anteriormente numa declaração escrita para investigadores alemães, participou de uma reunião em 15 de janeiro de 1980 em Munique para discutir a situação de um padre então suspeito de pedofilia e que foi condenado por esse crime posteriormente, em 1986.
Em um comunicado enviado à agência de notícias católica alemã KNA, Georg Gänswein, secretário pessoal de Bento XVI, disse que o erro foi “resultado de um descuido na edição de sua declaração” e que o papa emérito se desculpou.
Entretanto, Gänswein destacou que no encontro nenhuma decisão foi tomada sobre a reatribuição às funções pastorais do padre Peter Hullermann e que Bento XVI dará mais declarações depois de ler por inteiro um relatório investigativo, divulgado na semana passada, que apontou que o papa emérito teria sido informado sobre padres que abusaram de crianças na Alemanha na época em que foi arcebispo de Munique e Freising, entre 1977 e 1982, mas não afastou os suspeitos.
Em declarações ao jornal alemão Die Zeit, o mesmo que havia divulgado as acusações, Gänswein relatou que o papa emérito negou a acusação. Escrevendo para a agência católica de notícias Zenit, o colunista e filósofo Jorge Enrique Mújica criticou supostas inconsistências e o sensacionalismo feito em torno do relatório, elaborado pelo escritório de advogados Westphal Spilker Wastl.