Cidade do Vaticano O Papa Bento XVI revisou o tradicional ensinamento católico sobre o chamado "limbo", ao dizer que existe razão para esperar que bebês que morrem sem batismo podem ir diretamente para o céu.
Bento XVI aprovou a conclusão da Comissão Internacional Teológica, que publicou ontem seu muito esperado estudo sobre o limbo, informou a Conferência Americana de Bispos.
"Nós podemos dizer que temos muitas razões para esperar que existe a salvação para esses bebês," disse o reverendo Luis Ladaria, um jesuíta que é o secretário-geral da Comissão.
Embora católicos tenham acreditado por muito tempo que crianças que morrem sem batismo têm o pecado original e por isso são excluídas do céu, a Igreja Católica Romana não tem uma doutrina definida sobre o assunto. Teólogos ensinaram, no entanto, que essas crianças aproveitam um estado terno de perfeita e natural felicidade, situação que é de maneira comum chamada de limbo, embora não tenham comunhão com Deus.
Os Papas João Paulo II e Bento XVI encorajaram mais estudos sobre o limbo, em parte por causa das "necessidades pastorais urgentes" provocadas pelo crescimento do aborto e do maior número de crianças que morrem sem receber antes o batismo.
No documento, a Comissão afirma que existem "sérias pesquisas teológicas e litúrgicas de esperança, de que crianças não batizadas que morrem serão salvas e levadas à felicidade eterna."
O documento esclarece, de qualquer maneira, que "essas são razões de esperança, mais que áreas de conhecimento certo."
Ladaria disse que ninguém pode saber ao certo o que acontece com bebês não batizados, já que as Escrituras são quase sempre silenciosas sobre o assunto.
Pais católicos devem batizar as suas crianças, já que esse sacramento é o caminho pelo qual a salvação é revelada, disse o documento.
A Comissão Internacional Teológica é uma equipe de teólogos indicados pelo Vaticano que aconselha ao Papa e à Congregação para Doutrina da Fé, antigo Santo Ofício. Bento XVI comandou a Congregação por duas décadas antes de virar Papa em 2005.