Valência, Espanha Cercada por um forte esquema de segurança, Valência recebeu ontem o Papa Bento XVI, que visita a Espanha pela primeira vez para defender a unidade da família tradicional, apoiar os bispos em "tempos de rápida secularização" e se reunir pela primeira vez com o chefe do governo espanhol, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero. "Meu desejo é propor o papel central, para a Igreja e a sociedade, que tem a família fundada no matrimônio", disse o Papa em seu primeiro discurso pronunciado em espanhol no aeroporto valenciano de Manises, aonde chegou vindo de Roma às 11h30 locais (6h30 de Brasília), em uma manhã ensolarada e quente.
Mais de 8 mil policiais e guardas civis e um avião AWACS da OTAN, zelarão nestes dias pela segurança do Papa, juntamente com 12 mil voluntários distribuídos em vários pontos da cidade às margens do Mediterrâneo.
Indo direto ao ponto e ao tema do 5.º Encontro Mundial das Famílias (EMF), do qual participam milhares de fiéis de vários cantos do mundo, Bento XVI sustentou que a família "é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus". Pouco depois, em uma mensagem entregue aos bispos reunidos na Catedral de Valência, o Papa pediu que mantenham seu "impulso" e sua atividade pastoral "em um tempo de rápida secularização", antes de destacar as "profundas raízes cristãs da Espanha".
"Conheço e estimulo o impulso que estão dando à ação pastoral, em um tempo de rápida secularização (...). Sigam, pois, proclamando sem desânimo que prescindir de Deus, agir como se não existisse ou relegar a fé ao âmbito meramente privado socava a verdade do homem e hipoteca o futuro da cultura e da sociedade", disse o Papa horas antes do primeiro encontro frente a frente com o chefe do governo espanhol.
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