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Benin, considerado o berço do vudu, finaliza nesta quinta-feira os preparativos para receber o papa Bento XVI, que no fim da semana começará uma visita de três dias ao país em sua segunda viagem à África.

Em 2009, o papa viajou a Camarões e Angola. A visita atual tem como objetivo a publicação da Exortação Apostólica (documento final) do Sínodo de Bispos africanos realizado há dois anos no Vaticano.

Além disso, a viagem coincide com o 150º aniversário da evangelização do Benin e o 40º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre o pequeno país da África Ocidental e a Santa Sé.

Na véspera da chegada do papa, as ruas da capital, Cotonou, enfeitadas para a ocasião, já mostram as bandeiras do Benin e do Vaticano, enquanto a comunidade católica conta as horas para receber Bento XVI.

"Estamos tão felizes em acolher o papa em nosso país. Todo Benin lhe espera e faz sua parte para que esta visita seja um êxito", declarou à Agência Efe Irma Adotévi, uma católica fiel.

A imprensa local também parece entusiasmada com a presença do Pontífice: "Bento XVI é, após João Paulo II, o segundo papa a visitar Benin. É uma honra para nosso país, para o povo e o clero", afirmou esta semana o jornal "La Nation".

A capital fez um grande esforço para limpar as ruas por ocasião da visita do papa, e cartazes gigantes na cidade pedem que a população procure manter essa imagem.

De acordo com o chefe da Polícia do Benin, Francis Béhanzin, vários policiais devem garantir a segurança de Bento XVI, mas ele não precisou o número de agentes mobilizados.

Os grupos corais do país também se preparam ativamente, ensaiando dia e noite. Uma canção foi composta para a ocasião, enquanto os fiéis rezam nas igrejas para que tudo saia bem.

"A visita do papa é um orgulho e devemos fazer com que seja um êxito. Por isso, os coros ensaiaram muito para oferecer o melhor", comentou Jacob Agbékpon, responsável por um coro. "A África precisa da bênção da viagem do papa, pois acontecem coisas muito más no continente negro", acrescentou.

Para que ninguém se perca nos detalhes, um centro de comunicação foi aberto ao público para informar sobre a visita do papa, enquanto foi colocado na internet o endereço www.papeaubenin.org para ajudar milhares de voluntários que trabalharão durante a passagem do papa pelo país.

"É um evento que nos supera, sendo sincero, mas estamos felizes de organizá-lo", admitiu o sacerdote André Quenum, membro do comitê organizador, para quem o acontecimento deve atrair a Benin muitos fiéis de outros países africanos.

Quenum ressaltou que existe uma importante comunidade católica no Benin, considerado o berço do vudu, a religião tradicional do país.

Nesta nação de 9 milhões de habitantes, "entre 25 e 30%" são católicos, frente a uma maioria que sente devoção pelos cultos tradicionais, especificou o sacerdote.

"Além das estatísticas, a Igreja tem uma ampla visibilidade no Benin, pois sua ação não se limita somente aos cristãos e católicos, mas a todas as outras religiões", acrescenta.

Alguns líderes do vudu, religião que considera que objetos e elementos do mundo natural têm alma e são venerados ou temidos como deuses, também parecem contentes com a visita do papa.

"Temos os braços abertos para dar as boas-vindas ao papa Bento XVI", disse Dah Adoko Gbêdiga, dignitário religioso do vudu no Benin, ao lembrar que foram assinados "acordos de entendimento entre católicos e vuduístas".

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