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Berlim iniciou neste domingo (23) o congelamento dos aluguéis de 1,5 milhão de casas e apartamentos para os próximos cinco anos em um movimento controverso para controlar os custos explosivos que obrigaram muitos a sair da capital da Alemanha.
Berlim é a primeira cidade alemã a influenciar os preços de aluguel tão diretamente ao aprovar uma lei que foi celebrada como um passo em direção a mais justiça por seus partidários e dilacerada como um método socialista pelos críticos.
"É correto que Berlim tente parar os crescentes custos de aluguel", disse Ulrich Ropertz, chefe da Associação Alemã de Inquilinos. "O legislador federal perdeu a oportunidade de aprovar medidas nos últimos anos", acrescentou.
Apenas uma minoria dos moradores de Berlim são proprietários de casas ou apartamentos - como no resto do país. A maioria das pessoas aluga suas casas tradicionalmente. Além disso, há uma escassez de moradias em Berlim, o que torna ainda mais difícil para os recém-chegados ou para aqueles que são expulsos de suas casas devido à falta de pagamento para encontrar novas acomodações a preços acessíveis.
O congelamento do aluguel deve manter os aluguéis dos apartamentos que foram construídos antes de 2014 no nível atual pelos próximos cinco anos. Os críticos apontaram que o congelamento do aluguel impedirá os proprietários de investirem dinheiro em reformas necessárias nas casas, porque eles não podem aumentar o aluguel depois.
Os inquilinos, que pensam que o aluguel é muito caro, foram incentivados por organizações de inquilinos a pedir aos seus proprietários uma redução no aluguel. No entanto, a controversa lei foi levada a um tribunal por seus oponentes e alguns especialistas alertaram os inquilinos para manter todo o dinheiro extra que eles, economizando, caso o congelamento do aluguel seja revertido.
O congelamento do aluguel, implementado pela coalizão de esquerda do governo de Berlim, tem sido fortemente criticada pela chanceler Angela Merkel e conservadores democratas-cristãos que estão na oposição do governo de Berlim.
Em uma declaração neste domingo, o partido dos democratas-cristãos escreveu que "a lei não é uma solução para a falta contínua de moradias e que o congelamento não ajuda ninguém se, no final, o aluguel economizado tiver que ser pago de volta".