O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse que pressionará pela realização de novas eleições ao primeiro sinal de que sua capacidade de governar foi enfraquecida pelas profundas divergências com um antigo aliado.
"O caminho é estreito e, ao primeiro incidente, vamos às eleições", disse o premiê a senadores de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), durante jantar na segunda-feira de acordo com relatos de jornais italianos publicados nesta terça-feira.
Berlusconi enfrentará seu primeiro teste de força desde o rompimento com o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, quando o Parlamento votar sobre o futuro de um de seus sub-secretários na quarta-feira.
O resultado da votação dará uma medida concreta do balanço de poder no Parlamento após o rompimento com o co-fundador do PDL.
Parlamentares votarão uma moção de desconfiança proposta pela oposição contra Giacomo Caliendo, sub-secretário de Justiça, que é investigado por supostamente fazer parte de uma organização secreta que conspirou para manipular nomeações políticas e judiciais.
Caliendo negou as acusações e rejeitou os pedidos pela sua renúncia. Berlusconi apoiou o funcionário.
Em email para a Reuters, Caliendo disse que foi questionado por um juiz no dia 30 de julho e que deu informações que comprovariam sua total inocência.
O governo não é obrigado a renunciar caso a moção contra Caliendo seja aprovada, mas isso poderia desferir o tipo de golpe simbólico que Berlusconi sinalizou que não tolerará.
Fini criou um novo grupo no Parlamento, com 33 deputados, o suficiente para tirar a maioria que o governo tem na Casa, e 10 senadores, o que reduziria a maioria governista no Senado para apenas duas cadeiras de vantagem.
Se o governo renunciar e o presidente da Itália - cujo papel é principalmente institucional - não conseguir formar um novo, ele pode dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, que geralmente são realizadas dois meses mais tarde.
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