Roma - O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse ontem que Eluana Englaro, que morreu ontem após passar 17 anos em coma, foi assassinada, e que o presidente Giorgio Napolitano é um dos culpados. "Eluana não morreu de morte natural, foi assassinada'', disse o conservador primeiro-ministro ao jornal Libero. O pai de Eluana, Beppino Englaro, lutava havia 11 anos na Justiça pelo direito de desligar o sistema de alimentação que mantinha Eluana viva. O caso gerou grande polêmica e uma disputa política na Itália, com os senadores lutando até o último minuto para tentar impedir a eutanásia.
Na sexta-feira, Berlusconi assinou um decreto que proibia os médicos de retirarem o tubo de alimentação de Eluana, conforme vontade da família e autorização judicial. Napolitano, contudo, recusou-se a aprovar o decreto, por considerá-lo inconstitucional.
"Napolitano cometeu um erro grave'', disse Berlusconi. Depois da rejeição do decreto, o governo tentou aprovar um projeto semelhante no Parlamento, mas Berlusconi lamentou que a lei "não tenha chegado a tempo''.
Pai
O pai de Eluana, Beppino Englaro, se despediu ontem da filha no hospital Santa Maria della Misericordia, na cidade de Udine. Segundo a jornalista Marinellla Chirico, da televisão estatal italiana RAI convidada pelo pai de Eluana a visitar a filha no domingo Eluana estava "irreconhecível" e diferente das fotos tiradas antes do acidente de trânsito ocorrido em 1992, que a deixou em estado vegetativo.