O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse que dificilmente buscará um novo mandato público, após o fim de seu governo em 2013, em um sinal do final de uma das carreiras políticas mais duradouras da Europa, informa o Wall Street Journal.
Falando à imprensa estrangeira na noite de ontem, Berlusconi disse que poderia encabeçar a lista de seu partido se isso fosse bom para a sigla na corrida eleitoral, mas afirmou não querer "um papel operacional" após o fim do atual mandato. O premiê disse que o ministro da Justiça, Angelino Alfano, deveria "substitui-lo" no futuro. Ambos são do Partido do Povo da Liberdade, de centro-direita.
Em seus 17 anos na política, Berlusconi superou vários escândalos e acusações criminais. Aos 74 anos, ele ostenta a fama entre muitos eleitores italianos de possuir uma força infatigável na arena política.
Os planos de sucessão também devem gerar tensão entre as divididas fileiras políticas de Berlusconi. O premiê confia há tempos no apoio de Umberto Bossi, da direitista Liga Norte, para unir a coalizão. A escolha por Alfano, um dos arquitetos do projeto do premiê para reformar o sistema judiciário da Itália, deve gerar confrontos com a Liga Norte.
Berlusconi tinha relação próxima com o líder da Líbia, Muamar Kadafi. Ele revelou que considerou renunciar, nos dias anteriores ao apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) à zona de exclusão aérea na Líbia. "Com toda a dificuldade pessoal que essa decisão representava para mim, eu pensei que era meu dever renunciar. Todos me pediram para não fazer isso, então fiquei no meu posto", afirmou.
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