O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi deixou o governo italiano humilhado: perdeu a maioria no Parlamento, e milhares de pessoas foram às ruas para festejar sua renúncia. Mas o ho- mem que mais governou o país após a Segunda Guerra Mundial (três mandatos nos últimos 17 anos) não pretende sair de cena. Em carta ao secretário do partido A Direita, o ex-premiê disse que se sentia orgulhoso pelo que fez nos últimos anos em que ficou no cargo e deixou uma mensagem um pouco enigmática. "Compartilho de seus sentimentos e espero retomar, com vocês, o caminho para o governo", escreveu. Não fica claro se pretende um dia voltar ao cargo ou se está falando das ações conjuntas dos partidos.
Em entrevista ontem, Berlusconi disse que ficou magoado com as manifestações nas ruas no sábado. "Foi triste ver que um ato responsável e, se você me permite dizer, generoso como uma renúncia tenha sido recebido com assobios e insultos."
No pronunciamento oficial, Berlusconi disse que pretende apoiar o novo liderado pelo economista Mario Monti, como parte dos esforços para salvar o euro da crise econômica global. No entanto, mais uma vez deixou claro que não está abandonando a política. Berlusconi afirmou que não vai "se render" até que ele e seus apoiadores tenham tido "sucesso em modernizar a Itália em sua arquitetura institucional, judicial e fiscal, erradicando todas as relíquias ideológicas e corporativistas". "A Itália tem se acostumado a um sistema de alternância bipolar agora e quem quer que seja o próximo governo, não pode abandonar nossa soberania e autonomia nacional", disse.
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