O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, reagindo à condenação de um tribunal de Milão por fraude fiscal, disse neste sábado (27) que permanecerá na política.
Berlusconi afirmou a um entrevistador da televisão italiana que se sentia "obrigado a permanecer em campo" para proteger outros italianos do que chamou de injustiças judiciárias.
Mas não ficou claro se Berlusconi, agora um membro do Parlamento, concorrerá novamente a cargos públicos ou seguirá apenas como força política de centro-direita.
"Haverá consequências", afirmou Berlusconi, referindo-se à pena de prisão emitida na sexta-feira, que não será cumprida até que todos os meios de apelação sejam usados.
"Me sinto obrigado a permanecer em campo para reformar o sistema judiciário, para que o que aconteceu comigo não aconteça com outros cidadãos", afirmou o ex-premiê à emissora Channel Five, parte de seu império midiático.
O anúncio é uma surpresa, porque na última quarta-feira Berlusconi disse que não concorrerá na próxima eleição como líder de seu partido Povo da Liberdade (PDL), encerrando quase 19 anos como político dominante da centro-direita.
A sentença inclui uma proibição de cinco anos de concorrer a cargos políticos, mas já que a sentença não será cumprida até a última instância de apelação ser concluída, Berlusconi pode concorrer ao Parlamento nas próximas eleições gerais, em abril.
O bilionário magnata da mídia, que tem 76 anos, foi condenado três vezes durante a década de 1990 em primeiro grau antes de ser absolvido por cortes superiores. Ele tem o direito de apelar mais duas vezes da condenação antes de a sentença ser definitiva.
Berlusconi tem acusado os magistrados de estabelecer uma guerra política contra ele.